Atividades educativas ajudam a derrubar estigma que ronda o câncer de mama

Até o fim do mês, vários eventos levantam a bandeira de luta contra a doença
Cinthya Leite
Publicado em 07/10/2015 às 8:24
Até o fim do mês, vários eventos levantam a bandeira de luta contra a doença Foto: Diego Nigro/JC Imagem


Em 1990, durante a 1ª Corrida pela Cura, realizada em Nova Iorque (EUA), a Fundação Susan G. Komen for the Cure (organização norte-americana dedicada a apoiar pacientes com câncer de mama) distribuiu um laço cor-de-rosa aos participantes para levantar a bandeira de luta contra a doença. Desde então, a cada outubro, esse gesto se repete: fitas em vários tons de rosa não só enfeitam os eventos de conscientização, mas têm contribuído para derrubar mitos e preconceito que rondam o tumor. Esse trabalho educativo tem sido valioso para o câncer de mama deixar de carregar o estigma de doença fatal.

Nesse ritmo, o Outubro Rosa ganha a atenção de pessoas que têm se tornado multiplicadoras de um recado precioso: o controle da doença depende da realização de exames de rotina, do acesso ao diagnóstico e do tratamento com qualidade. Tudo deve ser feito no tempo oportuno para mudar um cenário que assusta no Brasil: por dia, 33 mulheres morrem no País por causa do tumor, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). 

“Para deixarmos de lado essa realidade, precisamos caminhar de mãos dadas. O poder público, o privado e a sociedade precisam juntar forças”, diz a oncologista Jurema Telles, coordenadora do serviço de oncologia de adulto do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). Ontem ela apresentou a campanha Mova-se contra o câncer, com ações que fazem parte da campanha Outubro Rosa do Núcleo Especializado em Oncologia e Hematologia (Neoh), localizado no bairro da Boa Vista, área central do Recife. 

A instituição se uniu ao Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), ao Imip, à Prefeitura do Recife e à Avon para oferecer aos recifenses uma programação que chama a atenção para prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. “Ações de conscientização são importantes porque levam informação, um ingrediente que faz diferença porque salva vidas”, acrescenta Jurema. 

O advogado Célio Montenegro, 40 anos, reconhece o poder das ações do Outubro Rosa. “É um período em que eu sempre compartilho tudo o que está ao meu alcance para ajudar a conscientizar a população. Uso as redes sociais para fazer alerta e sempre converso com as mulheres que estão ao meu redor”, conta. Em 2012, uma das irmãs de Célio faleceu em decorrência do câncer de mama. “Ela escondeu a doença ao máximo. Quando a nossa família percebeu, o tumor já estava avançado. Talvez tenha ficado com tanto medo de ouvir a verdade que preferiu negar a doença”, acrescenta Célio, que faz questão de espalhar informações para que as mulheres não desperdicem tempo na luta contra o câncer. 

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