Investigações sobre chacina em Poção correm em sigilo

Quatro equipes da Polícia Civil foram designadas para investigar o caso
Do JC Online
Publicado em 07/02/2015 às 17:31
Quatro equipes da Polícia Civil foram designadas para investigar o caso Foto: Foto: Alexandre Gondim / JC Imagem


As investigações sobre a chacina que deixou três conselheiros titulares e uma idosa mortos, nesta sexta-feira (6), em Poção, no Agreste pernambucano, ficarão sob sigilo absoluto até a conclusão do inquérito. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil. Todo o processo corre em sigilo por envolver uma menor de idade. 

A Secretaria de Defesa Social do Governo de Pernambuco designou quatro equipes da Polícia Civil especializadas em homicídios para investigar o quádruplo homicídio. A força-tarefa é comandada pelo delegado Erik Lessa, gestor operacional da Diretoria Integrada do Interior I, e também pelo delegado Darley Timóteo, diretor da área.

As quatro vítimas estavam em um carro do Conselho Tutelar de Poção levando uma menina de 3 anos, a única que sobreviveu à chacina. Eles seguiam para o município, vindo da cidade de Arcoverde, no Sertão, onde morava a avó paterna da criança. 

Os conselheiros eram Carmem Lúcia da Silva, de 38 anos, Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos, de 54, e José Daniel Farias Monteiro, de 31. A idosa que morreu no crime era Ana Rita Venâncio, de 62 anos. 

O velório das vítimas começou às 16h deste sábado (7) e se estende até o domingo (8), às 9h, quando está previsto o sepultamento dos corpos no cemitério do municipal de Poção.

Protesto

No velório dos três conselheiros tutelares e da idosa de 62 anos, vítimas da chacina em Poção, nesta sexta-feira (6), conselheiros tutelares de todo o Estado protestaram contra as condições de risco da profissão. Profissionais do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Pombos, Vitória de Santo Antão, Taquaritinga do Norte e outras cidades compareceram à cerimônia, na tarde deste sábado (7), para prestar solidariedade às famílias das vítimas e protestar contra as más condições de trabalho.

Cláudia Pifani, que atua como conselheira tutelar em Taquaritinga do Norte, disse que conhecia os colegas e lamenta profundamente a morte dos amigos. "Sempre me reunia com eles nos eventos da profissão. Eles sabiam do risco que corriam exercendo o nosso trabalho, mas o faziam por amor à profissao", contou. Pifani protestou contra a falta de segurança e a estrutura precária de sua profissão. "Ninguém reconhece o trabalho do conselheiro, trabalhamos sem qualquer proteção. Só falam da nossa profissão quando acontecem casos como esse", lamentou a conselheira.

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