Policiais Militares suspeitos de matar adolescentes vão a júri popular

Julgamento acontece 9 anos após a morte de dois jovens
Do JC Online
Publicado em 20/05/2015 às 12:29
Julgamento acontece 9 anos após a morte de dois jovens Foto: Foto: Renato Spencer/Acervo JC Imagem


Atualizada às 16h

O júri popular dos quatro policiais militares acusados de assassinar dois adolescentes, em fevereiro de 2006, acontece nesta quarta-feira (20), no Fórum Rodolfo Aureliano do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). O julgamento, presidido pelo juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti, começou por volta das 10h na Primeira Vara do Tribunal do Júri. Segundo o promotor de Justiça André Rabelo, o julgamento deve durar dois dias. Amanhã (21), no final do dia, a sentença deve ser divulgada.

Neste primeiro dia, foi formado o Conselho de Sentença, composto por duas mulheres e cinco homens. Oito vítimas e quatro acusados serão ouvidos. Na segunda fase, serão reservadas duas horas e meia para a acusação, feita pelo promotor André Rabelo, e o mesmo tempo para a defesa, realizada pelos advogados José de Siqueira e Emerson Davis Gomes. 

Os réus Aldenes Carneiro da Silva (sargento), José Marcondi Evangelista (soldado), Ulisses Francisco da Silva (soldado) e Irandi Antônio da Silva (soldado) são acusados de, no dia 28 de fevereiro de 2006, terem ameaçado 17 adolescentes com revólver para que eles pulassem no Rio Capibaribe, na Ponte Joaquim Cardoso, em Joana Bezerra, área central do Recife. Por não saberem nadar, dois adolescentes, Zinael José Souza da Silva, 17, e Diogo Rosendo Ferreira, 15, morreram afogados. 

"Éramos todos estudantes, não havia nenhum criminoso", afirma uma das vítimas obrigadas pelos PMs a pular no Rio. Nove anos depois do crime, diante de quatro dos acusados, a primeira vítima não reconhece nenhum policial, dizendo que faz muito tempo e, na noite do crime, estava muito escuro. 

Os réus estão sendo acusados por dois homicídios triplamente qualificados - crime por motivo fútil, com crueldade e sem chance de defesa às vítimas - além de onze tentativas de homicídio. Foram utilizados depoimentos de vítimas e testemunhas, mapeamento das viaturas por GPS e reconhecimento dos suspeitos pelas vítimas na conclusão do processo.

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