Mãe espera que sumiço do seu filho tenha o mesmo desfecho do caso Júlia

Há sete meses, o pai de Carlinhos o levou para uma visita e não o devolveu. DPCA investiga o caso
JC Online
Publicado em 25/07/2016 às 21:36
Há sete meses, o pai de Carlinhos o levou para uma visita e não o devolveu. DPCA investiga o caso Foto: Foto: Divilgação/ Disque-Denúncia


Nesta segunda-feira (25), no mesmo dia em que a pequena Júlia - que havia sido subtraída pelo pai - voltou para os braços da mãe após 15 dias longe de casa, outra mãe contabiliza sete meses de dor longe do filho. Foi no dia 25 de dezembro de 2015 que a fisioterapeuta Cláudia Boudoux viu pessoalmente o filho, Carlos Attias Boudoux, o Carlinhos, de 9 anos, pela última vez. O menino foi levado pelo pai, o empresário argentino Carlos Attias, para uma visita e não foi mais devolvido.

Até o momento não há informações sobre o paradeiro da criança, que está sendo investigado pelo Departamento de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Há pouco menos de um mês, o Disque-Denúncia ofereceu R$ 2 mil por informações sobre a localização do menino. Acredita-se que o pai do garoto possa ter saído do País com ele, mas a polícia não descarta a possibilidade de que eles estejam em alguma cidade do interior de Pernambuco ou em outro Estado.

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Em uma demonstração de que estava acompanhando o drama da mãe de Júlia, que também se chama Cláudia, a fisioterapeuta compartilhou no Facebook notícias sobre o paradeiro da pequena, encontrada pela equipe da delegada Gleide Ângelo no Amapá. Cláudia Boudoux também usa a rede social para divulgar açõs que possam ajudar a elucidar o sumiço de Carlinhos. No dia 5 de março, por exemplo, um ato foi realizado no Segundo Jardim de Boa Viagem para celebrar o aniversário do garoto. "É a primeira vez que passo o aniversário do meu filho longe dele", disse Cláudia na ocasião.

Um dia depois, em 6 de março, na página pessoal do garoto no Facebook, foi publicado um vídeo em que ele aparece ao lado do pai dizendo que está com ele por vontade própria. "Eu quero ficar contigo por você me trata bem", disse Carlinhos ao pai.

Em entrevista após a postagem, Cláudia Boudoux comentou o conteúdo do vídeo e o texto que o acompanha. "Essas frases não são do carlinhos. Ele não sabe abreviar 'você'. Ele jamais diria 'sua mãe', ele diria 'vovó'", pontuou.

A fisioterapeuta foi procurada pela reportagem para comentar a ausência do filho neste período, mas não atendeu às chamadas telefônicas até as 21h36 desta segunda. Informações sobre o caso podem sem repassadas para o Disque-Denúncia pelo telefone (81)  3421-9595 ou pelo site do programa.

BUSCA

Cláudia Boudoux procurou o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil no dia 9 de fevereiro para denunciar o desaparecimento do filho, então com 8 anos. No dia seguinte, 10 de fevereiro, a fisioterapeuta se dirigiu à Polícia Federal (PF) para formalizar a denúncia, temendo que ele deixasse o País com o garoto.

De acordo com Cláudia, na noite de Natal, um oficial de Justiça foi até sua casa com um mandado para que os dois filhos do casal, uma menina de dez anos e Carlinhos, fossem para a casa do pai. 

Ela entrou em contato com seu advogado e foi orientada a não entregar as crianças. No dia seguinte, entretanto, os irmãos foram para a casa do pai. Eles deveriam voltar em dois dias, o que não aconteceu. Cláudia então procurou a Justiça e conseguiu uma ordem de busca e apreensão. Com um oficial de Justiça ela foi até os endereços do ex-marido, mas não o encontrou em casa nem na sua empresa.

No dia 30 de dezembro, o pai conseguiu novamente na Justiça o direito de passar o reveillón com os filhos, mas deveria devolvê-los à mãe no dia 2 de janeiro, mas não cumpriu com o combinado. Nesta data, o empresário deixou apenas a filha mais velha do casal com a mãe.

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