A delegada Ana Elisa Sobreira, da Delegacia da Mulher, informou, na noite desta quarta-feira (21), que assumiu o caso de estupro registrado pela manhã na estação de metrô da Mangueira, na Zona Oeste do Recife. Durante a tarde, a vítima e o suspeito do assédio foram encaminhados até a Central de Plantões da Capital para que o caso fosse registrado, mas o homem foi liberado, pois o delegado que realizou o atendimento entendeu que não houve flagrante.
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"Nós vamos instaurar um inquérito policial. Inicialmente poderíamos pensar em uma importunação ofensiva ao pudor, mas a vítima se sente bem ameaçada, já que ele costuma fazer isso. Ela sentiu a ameaça, sentiu a violência, então nós vamos ouví-lo como o autor de um estupro. Posteriormente, no meu relatório, eu posso indiciá-lo ou não como o autor do crime", explicou a delegada.
Segundo a investigadora, a vítima - uma universitária de 21 anos - informou que há cerca de duas semanas o homem a estava perseguindo. Na última terça (20) e hoje (21), o suspeito conseguiu, de fato, concretizar o estupro. "Inicialmente ele só encostava nela, por conta do vagão apertado do metrô, e ela entendia isso como uma forma dele se aproveitar do momento. Depois de um tempo, ela percebeu que, por onde ela passava, ele ia também. Hoje pela manhã ela disse a mãe que estava sendo perseguida e ela a acompanhou. Ele foi atrás dela no metrô e quando ela tentou pegar outro vagão, ele, com força, colocou a mão nas partes íntimas dela e apertou", completou Sobreira.
POLÊMICA
Ouvida primeiramente na Central de Plantões da Capital, a estudante vítima do estupro se queixou do encaminhamento dado ao caso no local. "Um advogado chegou, levou ele e pronto. Ele ainda saiu com um ar de riso. Por isso que essas coisas acontecem e vão continuar acontecendo, pois a justiça é muito falha. Ele teria que realmente me estuprar e deixar na rua pra todo mundo ver?", questionou a jovem.
Ana Elisa Sobreira afirmou à imprensa que não tem como dizer se houve algum erro na condução do caso, porque não teve acesso aos registros feitos na central. No entanto, a delegada comentou que, com as informações que recebeu, se o registro tivesse sido feito inicialmente na Delegacia da Mulher, o suspeito teria sido preso em flagrante.
Questionada se o fato de o homem ter sido liberado poderia vir a atrapalhar as investigações, a delegada cravou: "Ele pode fugir, mas nossos policiais vão levantar o endereço dele para evitar que isso ocorra", concluiu.