O ataque a duas agências bancárias deixou um rastro de destruição e moradores e turistas muito assustados na praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca, no Grande Recife, na madrugada desta sexta-feira (3). Uma mulher que trabalha no local descreveu o pavor que sentiu durante a ação dos mais de 15 criminosos. "Senti muito medo, pensei que ia morrer, fiquei muito nervosa. Trabalho aqui e nunca tinha visto isso".
Outra mulher, uma turista que veio da cidade de São Paulo chegou a passar uma hora trancada no banheiro com a família com medo dos bandidos. "Eu fugi de São Paulo com medo de violência. Nunca vi isso na minha vida, foi uma coisa de filme. Estou até agora com o barulho dos tiros no meu ouvido".
De acordo com a polícia, cerca de 18 a 20 homens fortemente armados explodiram o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, por volta das 2h45.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o incêndio também atingiu nove lojas de uma feirinha de artesanato na Rua Beijupirá. Ninguém ficou ferido. Além das explosões, o grupo efetuou diversos disparos em diversos imóveis, incluindo uma pousada e o núcleo policial e espalhou grampos pela estrada antes da fuga em dois carros.
De acordo com o delegado da Roubos e Furtos, Vinícus Notário, responsável pela investigação, trata-se de uma quadrilha especializada nesse tipo de investida. "Fizeram cerca de tres explosões tanto na caixa quanto no Banco do Brasil e saíram deixando rastro de destruição pela cidade. Fugiram em direão a Serrambi. Na fuga, abandonaram duas caminhonetes e atearam fogo".
Vestígios de sangue foram encontrados perto de um dos veículos. Para o delegado, "pode ter ocorrido um disparo acidental entre eles e algum dos indivíduos ficou ferido".
Entre o dia 1º de janeiro e esta sexta-feira (3), o Sindicato dos Bancários de Pernambuco contabilizou 17 investidas contra agências bancárias, casa lotérica e Correios do Estado. Do total de ocorrências, 13 foram explosões.