A Polícia Civil apresentou na manhã desta quarta-feira (16) os detalhes da Operação Hostes, que prendeu uma milícia privada formada por civis e policiais militares que atuava no interior de Pernambuco. Eles são suspeitos de praticar homicídios, concussão, que é extorsão quando praticada por funcionários públicos, além de comércio ilegal de armas, e atuavam na região de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Taquaritinga do Norte. Sete pessoas foram presas nessa terça-feira (15), e o líder da quadrilha, Orlay Soares dos Santos, policial militar que estava foragido, se entregou na manhã desta quarta-feira (16). Ainda de acordo com a polícia, os suspeitos prestavam serviços a políticos em campanha, que não tiveram seus nomes divulgados.
De acordo com Bruno Vital, delegado responsável pelas investigações, que foram iniciadas em 2016, o grupo chamou a atenção da Polícia após realizar alguns atentados contra integrantes dos batalhões da PM na região de atuação da quadrilha. A milícia, que tem em sua formação quatro policiais militarem ativos e um aposentado, agia como uma empresa de segurança, cobrando quantias de comerciantes e realizando rondas para estabelecimentos privados até mesmo durante o serviço como policial militar, utilizando armas e artefatos da corporação.
"Eles eram um grupo organizado, era uma hierarquia. Havia uma coleta no local onde eles realizavam a segurança, escolta, e até mesmo prisões ilegais de indivíduos que teriam realizado furtos ou roubos na região que eles atuavam. Estamos investigando também seis homicídios que teriam sido praticado por eles", explicou o delegado. Além dos serviços como segurança de estabelecimento, as investigações apontaram que nas eleições de 2016, o grupo prestou serviços de segurança privada para candidatos.
Com os presos nessa terça (15), foram encontradas cinco armas, coletes a prova de bala, uniformes de segurança e documentos que comprovavam a ação da milícia. Os policiais presos foram levados para o Centro de Reeducação da Polícia Militar, no Recife, e os civis para a Cadeia Pública de Santa Cruz do Capibaribe, onde irão cumprir prisão temporária de 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30.