A Polícia Civil de Pernambuco constatou que o restaurante Caldinho do Nenen, localizado no Pina, Zona Sul do Recife, não é de propriedade do empresário Auri Mendes, o “Nenen”, conhecido popularmente como dono do estabelecimento. O restaurante é registrado, segundo informações divulgadas pela polícia nesta segunda-feira (11), no nome de Jocelino Feliciano da Silva.
“A gente agora vai averiguar tudo. Quando fomos para o local, acreditávamos que o estabelecimento pertencia ao Nenen. Ele é conhecido, participa de um programa de rádio semanalmente no local e, quando vimos, não era ele o proprietário de direito do restaurante. Vamos investigar por que o estabelecimento está no nome de outra pessoa, se realmente houve uma venda e se ele (Nenen) funciona como um administrador. Mas neste primeiro momento, estamos fazendo um inquérito dos furtos qualificados”, disse a delegada Beatriz Leite, titular da Delegacia de Boa Viagem.
Questionada se houve defesa do proprietário sobre as acusações de furto de água e energia elétrica, Beatriz informou que Jocelino foi autuado em flagrante (pela suspeita de roubo de energia) e se reservou no direito de permanecer em silêncio por orientação do advogado. A delegada acrescentou que, no interrogatório, foi perguntada a Jocelino a profissão dele. Ele disse ser agricultor, atividade que consta numa das vezes em que ele tirou documento de identidade. “O advogado olhou pra ele e disse: ‘o senhor é comerciante’.”
A delegada informou que Auri Mendes foi ouvido. “E ele negou até ser o Nenen. Na delegacia, ele disse que nem conhecido como Nenem ele era. Mesmo assim, juntamos fotos do Facebook do estabelecimento e reportagens que provavam que o Auri Mendes era o Nenem, e ele era o dono do estabelecimento de fato.”
A delegada acrescenta que, na segunda ocorrência (suspeita de roubo de água), os proprietários não foram encontrados. Foi instaurado um inquérito, e os dois suspeitos já foram intimados a depor. Segundo a polícia a situação dos suspeitos pode se agravar pelo fato de serem reincidentes. “Isso mostra uma personalidade voltada a crimes dessa natureza, que prejudica não só as empresas, mas também os próprios consumidores. Há um rateio desse desperdício, dessa falta de arrecadação. E a gente acaba pagando mais”, destacou Beatriz.