Após uma jovem de 18 anos ter denunciado um abuso sexual sofrido por parte de um médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, Zona Sul do Recife, na última quarta-feira (21), outra mulher se apresentou à polícia na tarde desta quinta-feira (22) e alegou também ter sido vítima de estupro no mesmo local.
A segunda vítima, uma universitária de 33 anos, contou que no último dia 15 procurou atendimento na unidade por conta de um machucado no dedo. Fontes ligadas à polícia informaram que, em depoimento, a universitária relatou ter sido acariciada pelo médico. Em dado momento, o homem teria encostado o pênis em sua mão e foi surpreendido com uma cotovelada da mulher.
Ainda atordoada com o abuso, a vítima realizou um exame de raio-x e tomou uma injeção analgésica na região das nádegas. Após retornar ao consultório com os exames solicitados, o médico teria pedido para que a mulher abaixasse sua roupa e mostrasse as nádegas, com a desculpa de estar preocupado com possíveis hematomas ocasionados pela injeção que foi receitada por ele.
A universitária alegou ter tido receio de denunciar o crime pois seria a palavra dela contra a dele, mas procurou a delegacia após gestora do Departamento de Polícia da Mulher, Gleide Ângelo, fazer um apelo para que vítimas de abusos sexuais denunciem seus agressores, em especial possíveis vítimas do médico suspeito.
A delegada da Delegacia da Mulher, Ana Elisa Sobreira, ouviu o depoimento da vítima mas preferiu não falar sobre o caso. Apesar disso, fontes ligadas à Polícia Civil confirmaram que o abusador seria o mesmo médico que estuprou a jovem de 18 anos.
Após denúncia de estupro dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, a direção identificou o suspeito de cometer o crime e o afastou das atividades, na manhã desta quinta-feira (22). Segundo a vítima, uma jovem de 18 anos, o ato aconteceu durante atendimento em um dos consultórios.
O acusado foi apontado pela mulher como um médico traumatologista que estava de plantão quando ela procurou atendimento devido a dores no braço após uma queda. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde esclareceu que a vítima "foi encaminhada do IML para o Serviço de Apoio à Mulher Wilma Lessa, localizado no bairro de Casa Amarela". No local, ela tomou as "medicações profiláticas contra infecções sexualmente transmissíveis (IST) e gravidez indesejada".
O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), confirmou o afastamento de um médico e informou que abriu sindicância para apurar o caso. O suspeito será submetido à exame de DNA para comparar com o material genético encontrado na vítima. A coordenação da UPA da Imbiribeira informou que "repudia veementemente qualquer tipo de violência contra a mulher e está à disposição dos órgãos competentes para apoiar as investigações do caso".
A delegada Ana Elisa Sobreira, esteve na unidade durante a manhã para colher material que auxilie na investigação. Imagens de câmeras de segurança, prontuário médico e relação de profissionais do plantão foram recolhidos como provas.
O presidente do Crepeme, doutor André Dubeux, informou que nos 60 anos do Conselho, apenas quatro médicos tiveram a autorização de exercer a medicina caçada. Dois desses casos aconteceram na atual gestão, que teve início em 2013. Dos casos recentes, um foi por abuso de sexual.
O inquérito foi instaurado e tem um prazo legal de 30 dias, podendo ser prorrogado. A investigação é sigilosa.
O disk denúncia da mulher de Pernambuco funciona 24h, de segunda a segunda, e por meio dele as mulheres têm acompanhamento especializado, sempre com atendentes do sexo feminino.
Através do disk, a mulher recebe todo o encaminhamento sobre como fazer a denúncia, a patrulha da Maria da Penha pode ir até a mulher e, caso seja necessário, a mulher é acompanhada até uma delegacia especializada para prestar queixa.
O telefone é o 0800 2818187.