Advogado é executado na frente da filha em Caruaru

A morte de André Ambrósio Ribeiro, 46 anos, ocorrida no Loteamento Itamaraty, por volta das 17h, foi registrada por uma câmera de segurança
JC Online
Publicado em 13/07/2018 às 0:58
A morte de André Ambrósio Ribeiro, 46 anos, ocorrida no Loteamento Itamaraty, por volta das 17h, foi registrada por uma câmera de segurança Foto: Reprodução de vídeo


Um advogado trabalhista foi executado diante da filha de 1 ano e 6 meses, na tarde dessa quinta-feira (12), em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. A morte de André Ambrósio Ribeiro, 46 anos, ocorrida no Loteamento Itamaraty, por volta das 17h, foi registrada por uma câmera de segurança.

Nas imagens, é possível ver a vítima estacionando o carro na casa da ex-esposa, retirando a criança do banco de trás e a abraçando, enquanto a babá também desce do veículo. Com a menina nos braços, o advogado é abordado por um homem empunhando uma arma. Em seguida, ele entrega a filha nos braços da babá e ajoelha-se, calmamente, na calçada. No chão, com a filha ainda nas proximidades, André é atingido por cinco disparos de arma de fogo.

O suspeito do crime, usando um boné preto e uma camisa branca, fugiu. Com ferimentos na nuca e no rosto, o advogado morreu no local.

Investigação

O delegado Márcio Martins, da 20° Delegacia de Homicídios de Caruaru, diz que, inicialmente, a vítima teria pensado que se tratava de um assalto. “Segundo uma testemunha, o suspeito se aproximou anunciando um assalto. A vítima pediu calma, entregou a criança para a mulher e foi se abaixando, dizendo que podia levar dinheiro e o carro. Neste momento, o indivíduo acabou executando o advogado”, explicou.

O delegado afirmou, na noite de ontem, que ainda não havia uma linha de investigação para o crime. “Vamos analisar a vida dele, saber se tinha inimigos. A pessoa que veio executá-lo já sabia que ele estaria nesse local, nesse horário, que teria vindo do Recife para Caruaru visitar a filha.”

O perito Cleomarcio Miguel descartou a possibilidade de latrocínio (roubo seguido de morte). “Com a vítima, além dos pertences, havia pouco mais de R$ 1 mil, caracterizando que o crime não pode jamais ter sido latrocínio, mas execução sumária”, destacou.

O advogado estava morando no Recife e havia se separado da mulher há pouco tempo. Ele pretendia voltar para a capital após deixar a filha com a mãe.

Na noite de quinta-feira (12), por telefone, o presidente da OAB-PE, Ronnie Duarte, disse estar indignado com o crime. “Foi chocante, execução em via pública. Uma cena que lembra a ação do Estado Islâmico, a pessoa ser obrigada a se ajoelhar para ser sumariamente executada.”

Segundo ele, a Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da instituição vai acompanhar as investigações do caso. “Vamos verificar se há ligação com a atividade profissional exercida, sendo confirmado, aumentará nossa perplexidade com o crime.”

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