Uma investigação da Polícia Civil, que durou oito meses, resultou na prisão de três jovens e apreensão de uma adolescente, que está gestante. O grupo, autuado nesta quarta-feira (12), agia no tráfico de drogas na comunidade Vila São Miguel, no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife.
Os três adultos foram autuados por tráfico de drogas, associação ao tráfico e corrupção de menores. A adolescente foi apreendida por ato infracional e fica à disposição do Ministério Público.
Em coletiva, o delegado Igor Leite, responsável pela investigação, relatou que se tratava de uma boca de fumo “bem estruturada e organizada”. Todos os integrantes, que são membros da mesma família, se escalavam em turnos, para garantir que a venda funcionasse por 24h.
O chefe, identificado como Vitor Firmino da Silva, chamado de Vitinho, de 19 anos, agia juntamente com a companheira, que é uma adolescente de 16 anos, grávida de 8 meses. Também participavam da venda de drogas, Vitoria Ingrid Firmino de Freitas, 18 anos, irmã de Vitor. O namorado da jovem, Wyllimar Tavares de Lima Júnior, conhecido como Juninho, 19, também estava envolvido na ação e já tinha sido processado por roubo e apreendido, quando adolescente, por ato infracional equiparado ao porte ilegal de arma de fogo.
Durante a ação foram apreendidos 20 kg de maconha, 75 big bigs da mesma droga embalados com páginas de livros escolares, oito pedras de crack, duas balanças de precisão e um facão. Dentro da casa onde funcionava a boca de fumo também estava um caderno, com as informações de compradores e devedores da droga.
Também foi recolhida uma moto, que, segundo Igor Leite, funcionava como um “disk droga”, onde era feita a entrega do produto até o local que o usuário estivesse. Os familiares se revezavam na venda dos entorpecentes. “Eles vendiam tanto pelas ruas da Vila São Miguel, quanto dentro de casa. O usuário poderia ir até a residência, em qualquer horário e fazer a compra da droga”, relata o delegado.
De acordo com o delegado, Vitinho já tinha sido preso em março deste ano por tráfico de drogas e liberado na audiência de custódia. Ainda segundo informações da corporação, ele era o principal responsável por manter contato com um presidiário, que fornecia a droga.
“Vitor mantinha a conexão com o preso, e prestava contas a ele. Além disso, fazia a distribuição do entorpecente dentro da sua residência e os parentes redistribuíam para usuários da droga", conta Igor Leite. Neste ambiente ficavam duas crianças, que são filhas de Vitória Ingrid. “Elas foram entregues a uma parente da família, e, dependendo da situação, podem ser levadas a abrigos”, completa.