Uma colisão de um carro contra uma árvore, na noite de 4 de novembro, resultou na morte de uma mulher de 47 anos, na Boa Vista, Centro do Recife. Neste sábado (17), a Polícia Civil divulgou que está investigando se o acidente foi provocado intencionalmente pelo ex-companheiro da vítima, identificado como Guilherme José de Lira Santos, 47. Ele foi alvo de um mandado de prisão.
O carro do casal estava em alta velocidade e colidiu contra uma árvore na Rua Fernandes Vieira. Patrícia estava sem cinto de segurança e morreu no local do acidente. O suspeito sofreu ferimentos leves e foi levado para um hospital particular. O veículo ficou parcialmente destruído.
Em coletiva, delegado Diego Acioli, responsável pelas investigações, informou que Guilherme José já tinha sido preso anteriormente e chegou a ser autuado por homicídio culposo no trânsito, quando não há intenção de matar. Após o pagamento de fiança, ele foi liberado.
"Porém, no dia seguinte, surgiram rumores de que existia entre eles diversos problemas conjugais, que ele era muito ciumento, possessivo e não aceitava o fim do relacionamento", contou o delegado. "Algumas pessoas desconfiavam que não havia sido simplesmente um acidente de trânsito e sim, que ele teria tido a intenção de causar o acidente para ceifar a vida da vítima", afirmou.
Segundo a polícia, testemunhas afirmaram que Patrícia temia pela própria vida e pela vida de Guilherme, que aparentava ser instável. Ela também estaria sendo perseguida e sofrendo diversos abusos psicológicos por parte dele. Os depoimentos levaram a polícia a acreditar que o carro tenha sido utilizado como mecanismo para causar o homicídio.
Eles estavam separados há seis meses e estavam tentando reatar o relacionamento há três, segundo o suspeito.
De acordo com a Polícia Civl, Guilherme negou que tenha provocado o acidente. Ele disse que tinha perdido o controle do carro devido a um meio-fio. No entanto, imagens obtidas pela polícia contradizem o relato do suspeito. "Em nenhum momento a imagem mostra que houve essa passagem pelo meio-fio", disse Diego Acioly.
Guilherme também afirmou que Patrícia não puxou o volante, mas confirmou que discutiu com a ex-companheira, mas que tinha sido uma briga normal entre casais.
"A partir de agora nós temos dez dias para acabar o procedimento. Foram solicitadas dez perícias e existem cinco em andamento", informou Diego. "Nós estamos no aguardo de algumas provas testemunhais e principalmente da prova técnica para mostrar o que aconteceu na cena do crime para confirmar a linha de que o fato foi intencional", finalizou.
O mandado de prisão foi expedido nessa sexta-feira (16) e cumprido neste sábado (17). Guilherme foi ouvido no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife e será levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), onde deverá passar por um exame de corpo delito. Logo depois, seguirá para o Centro de Triagem e Observação Professor Everaldo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife.