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Júri do Caso Aldeia começou nesta segunda e deve durar quatro dias

O médico Denirson Paes da Silva foi encontrado morto dentro do condomínio onde morava com a família, em Aldeia, Camaragibe, no dia 4 de julho do ano passado

JC Online
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Publicado em 04/11/2019 às 10:48
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O médico Denirson Paes da Silva foi encontrado morto dentro do condomínio onde morava com a família, em Aldeia, Camaragibe, no dia 4 de julho do ano passado - FOTO: Foto: Reprodução
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Começou nesta segunda-feira (4) às 9h da manhã no Fórum de Camaragibe, o julgamento popular de Jussara Paes, acusada de assassinar o médico e seu marido, Denirson Paes da Silva, em Aldeia, Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, no ano passado.

Cinco testemunhas de acusação foram arroladas pelo Ministério Público de Pernambuco para esta primeira sessão, que é presidida pela juíza Marília Falconi da 1ª Vara Criminal, entre elas, Daniel Paes, o filho mais novo do casal, que acredita na condenação da mãe, e Josefa da Conceição dos Santos, que foi empregada doméstica na casa de Jussara e Denirson. Já o corpo de jurados é formado por sete pessoas. O júri do Caso Aldeia é um dos mais aguardados do ano, e deve durar quatro dias.

Vídeos de testemunhas serão exibidos durante a fase da audiência de instrução, e a farmacêutica Jussara Rodrigues, 54 anos, que é réu confessa, será interrogada. Ela é julgada por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, ocultação de cadáver e impossibilidade de defesa da vítima, e está detida na Colônia Feminina do Bom Pastor desde o ano passado, quando assumiu o crime sozinha.

O perfil oficial do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) faz a cobertura em tempo real do julgamento, confira:

Já o filho velho do casal, Danilo Paes, também suspeito de participação no crime, obteve a liberdade provisória em 21 de dezembro de 2018. Após ser liberado do Complexo Prisional do Curado, Zona Oeste do Recife, o suspeito falou abertamente sobre o caso, em uma gravação de vídeo caseiro. "Sou inocente e jamais seria capaz de fazer algo desse tipo de que estão me acusando", conta o rapaz.

"Passei cinco meses preso em um lugar terrível, acusado de ter feito algo terrível que é ser acusado da morte do próprio pai", relata o jovem, que ainda lamenta a grande perda que sofreu do "pai, da família, e de boa parte dos amigos", disse. Ainda segundo ele, a equipe de investigação da polícia teria feito um "trabalho irresponsável e sem credibilidade", que o tornaram dono de uma imagem que não condiz com o que ele é. Danilo também culpou a imprensa por passar uma "imagem horrorosa" dele.

"Essas pessoas que vivem me prometendo o mal em redes sociais, me atacando, me xingando, xingamentos ofensivos, não conhecem 1% da minha personalidade, quem eu sou, o que eu já fiz, o que eu pretendo fazer da minha vida", desabafou.

Assista o vídeo

O crime

O corpo do médico foi encontrado esquartejado na casa da família, em Aldeia, em julho de 2018. Nove dias após desenterrar do fundo do poço os primeiros pedaços dos membros inferiores, seguidos de partes dos superiores, a polícia encerrou as buscas, ao localizar – em uma profundidade superior a 25 metros – cabeça e tórax.

Apesar da Polícia Civil ter apontado no inquérito os dois como os autores do crime, Jussara confessou, no dia 3 de setembro, ter assassinado e esquartejado o marido sozinha. A motivação teria sido a descoberta de um caso que o médico tinha.

Segundo o inquérito policial, apresentado no dia 30 de agosto, o médico foi esganado ainda na cama e carregado do quarto do até um corredor próximo ao quiosque, onde foram dadas pancadas que afundaram o seu crânio. A partir daí, começou o esquartejamento. Com um serrote, a coluna de Denirson foi cortada em duas partes, e o corpo foi dividido em pedaços. Segundo o exame tanatoscópico, houve ainda a tentativa de carbonizar os restos mortais do médico num local próximo a cacimba. A carbonização não foi concluída.

De acordo com peritos, Jussara teria ido em dois locais para comprar material de construção e para pegar uma pessoa que a auxiliou na quebra da casinha. Mesmo sem saber do assassinato, esta pessoa teria ajudado Jussara na ocultação do cadáver- colocando os entulhos da casinha na cacimba onde os restos mortais do médico foram encontrados. “É precoce eu falar se daria para ela fazer sozinha o ato. Mas utilizamos um indivíduo que se aproxima em altura e peso com o Denirson para tentarmos fazer o fato o mais equiparado possível com o que aconteceu e conseguimos tirar algumas dúvidas, e somar com coisas já confirmadas”, destacou o perito Fernando Benevides.

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