Atualizada às 15h07
"Quero só vê-lo cara a cara para perguntar por que ele fez isso com meu bebê, com a minha filha. Ele tirou o direito dela de viver, de criar os seus filhos. Ele tirou meu direito de curtir minha filha". Foi isso que disse Josiane Oliveira, mãe da fotógrafa Leandra Jennyfer da Silva, de 22 anos, que teria sido assassinada pelo companheiro com quem vivia há quatro anos após voltar de um prévia carnavalesca, na madrugada do domingo (9).
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Josiane passou a manhã na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, à espera do suspeito de matar sua filha se entregar. No entanto, o caso passou a ser de responsabilidade da Delegacia de Polícia do Cordeiro e Josiane se deslocou para continuar na espera do suspeito, que possivelmente irá se entregar ainda nesta terça. A expectativa do delegado Sylvio Romero era de que o empresário Raphael Cordeiro Lopes, de 32 anos, que fugiu após o crime, se entregasse apenas na quarta (12).
A mãe de Leandra afirmou que esperará para encontrar o suspeito no DHPP pelo tempo que for necessário. "Eu vou ficar aqui o tempo o dia todinho. Do mesmo jeito que eu fiquei com ela até as últimas horas, vou ficar até ver ele cara a cara", falou ela.
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"Quero olhar na cara dele depois de tudo o que ele fez, depois de tirar a minha vida de mim. Não tem preço que se pague para desfazer o que ele fez", completou.
A fotógrafa foi morta em sua casa, na comunidade do Cardoso, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife. A fotógrafa estava com o suspeito do assassinato, quando, após agressões, que aconteceram na frente do filho mais novo da fotógrafa, de apenas um ano, o homem disparou contra a jovem. Leandra foi socorrida para o Hospital Getúlio Vargas, que fica no bairro do Cordeiro, também na Zona Oeste, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
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Sob lágrimas de dor e saudades, familiares e amigos se despediram de Leandra Jennyfer. O velório aconteceu em um galpão, no bairro do Prado, na Zona Oeste do Recife, e o sepultamento no Cemitério da Várzea, também na Zona Oeste.
Segundo Josiane Oliveira, o casal brigava constantemente e Raphael era muito ciumento, diferente do que propagava nas redes sociais. Antes do crime, o casal compartilhou fotos feitas na prévia carnavalesca. Jane, como é conhecida, disse que já havia dado diversos conselhos a Leandra para acabar o relacionamento, devido aos comportamentos de Raphael. "Eu cheguei do trabalho hoje [domingo, 10], que eu trabalhei ontem [sábado, 08], no 'De Bar em Bar', fui me deitar. Acordei com a ligação da menina que toma conta do filhinho dela, dizendo que havia acontecido um acidente. Ela disse que Leandra tinha sido ferida no Braço. Quando eu chego, ela já vem dizendo que minha filha estava morta", afirma.
Existe uma história para contar por trás de cada homicídio de mulher, em Pernambuco. O especial Uma Por Uma contou todas. Em 2018, o projeto mapeou onde as mataram, as motivações dos crimes, acompanhou as investigações e cobrou a punição dos culpados. Um banco de dados virtual, com os perfis das vítimas e agressores, além dos trágicos relatos que extrapolam a fotografia da cena do crime.