Uma mulher de 53 anos, que terá sua identidade preservada, foi vítima de cárcere privado e espancamento em Olinda, no Grande Recife. Nesta sexta-feira (14), ela conseguiu pedir ajuda e foi socorrida por policiais para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na Cidade Tabajara. De lá, foi encaminhada ao Hospital da Restauração (HR), no Derby, área central do Recife, para passar por exames. Suspeito do crime, o companheiro dela foi preso. Os dois moravam juntos há aproximadamente dois meses.
O filho da vítima relatou ao JC que as agressões se intensificaram nos últimos 15 dias, quando o homem viu a mulher, que trabalhava como segurança, se despedir de um cliente com um beijo no rosto. Com vários hematomas e um dedo da mão quebrado, ela conseguiu um atestado, mas, para dar entrada no auxílio-doença, precisou ir buscar um documento no local de trabalho. Foi lá que a vítima conseguiu pedir socorro. O agressor estava do lado de fora do estabelecimento, segurando o celular dela, e foi preso em flagrante.
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O filho começou a desconfiar da situação quando a mãe passou a enviar para ele mensagens com erros de ortografia. "No final do ano passado, minha mãe conheceu esse rapaz e me apresentou no Natal. Só tive esse contato com ele. Com o tempo, ela passou a frequentar a casa dele constantemente e se mudou de vez para lá. Por isso, eu passei a ter menos contato com ela. Mas, ela passou a escrever mensagens para mim de forma errada, coisa que mal acontecia, e mandar áudios com voz diferente, como se estivesse dopada, e ela me confirmou hoje que era dopada por ele. Eu fiquei sabendo da situação por causa de um áudio que ela me mandou no WhatsApp, quando já estava sendo levada pelos policiais", relatou.
O namorado era quem controlava o celular da vítima e os conteúdos publicados por ela nas redes sociais. "Na questão de redes sociais, ele era quem controlava todas as mensagens. Ele quem enviava, ele quem controlava os áudios. Saía e trancava ela em casa e levava o celular dela", acrescentou o filho.
"A gente vê essas histórias na televisão, novelas e acha que isso não está perto da gente, mas, eu acabei de vivenciar uma situação que é como uma cena de filme. A pessoa estava sendo trancada em casa, sendo manipulada pelas redes sociais. É desesperador. Meu irmão está desesperado em casa, eu estou meio abalado, mas tentando me manter forte, porque só tem eu para resolver toda a situação, acompanhar, ir à delegacia. A ficha ainda não caiu totalmente", contou o filho da vítima.
Na noite desta sexta-feira (14), o suspeito estava na Central de Plantões da Capital (Ceplanc), em Campo Grande, Zona Norte do Recife.