Falta medicamento antirrábico nas unidades de saúde do Recife. O alerta foi feito pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), que denuncia o desabastecimento do imunobiológico antirrábico na cidade. Atualmente, o Recife dispõe apenas do quantitativo para um mês de vacinação, e a previsão é que essa quantia seja ainda mais reduzida nos próximos meses.
A Secretaria de Saúde do Recife informou que, segundo o Ministério da Saúde, o envio de vacinas antirrábica será reduzido para 900 doses mensais. Atualmente, a cidade precisa de 3 mil doses da vacina por mês. Representantes do Cremepe se reuniram na manhã desta quinta-feira (30) no Ministério Público Federal, na Avenida Agamenon Magalhães, no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife, para protocolar a denúncia.
O desabastecimento também provoca atrasos no tratamento dos pacientes que chegam nas unidades de saúde. Quem procura a emergência precisa assinar um protocolo, que é encaminhado para o Programa Nacional de Imunização. Com a burocracia, o paciente corre o risco de não ser medicado no dia do contato, o que diminui as chances de cura. "No momento, todos os que chegam nas unidades de saúde não estão recebendo a dose no primeiro dia. Quanto mais atrasos na medicação, com certeza o risco aumenta de o paciente contrair a doença", afirma Silvio Rodrigues, presidente do Cremepe.
O soro e a vacina são as únicas formas de prevenção da raiva, doença fatal transmitida que pode ser transmitida aos seres humanos através de animais suscetíveis ao vírus, como cães, gatos e morcegos. Quando uma pessoa é mordida ou entra em contato com a saliva de um animal que não seja vacinado, o paciente precisa tomar cinco doses da vacina no período de um mês, além da aplicação do soro antirrábico. O imunobiológico antirrábico só é aplicado nas unidades públicas de saúde.