Desidratação é um dos principais riscos do verão, alerta cardiologista

Pessoas têm que evitar fazer atividades físicas ao ar livre, expostas ao sol, no período das 10h às 15h
Agência Brasil
Publicado em 27/01/2015 às 16:01
Pessoas têm que evitar fazer atividades físicas ao ar livre, expostas ao sol, no período das 10h às 15h Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


O calor intenso registrado na maior parte do país, com sensação términa superior a 40 graus Celsius no Rio de Janeiro, nas últimas semanas, alerta para o perigo frequente da desidratação, nesta época do ano, disse nesta terça-feira (27) o diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), Cláudio Tinoco.

Segundo o cardiologista, as pessoas têm que evitar fazer atividades físicas ao ar livre, expostas ao sol, no período das 10h às 15h. "São os horários de pico de incidência de raios ultravioleta e de maior calor. A pessoa deve se hidratar antes, durante e após as atividades físicas, preferencialmente com água”, afirmou.

Quando a atividade física se prolonga por mais de uma hora e ocorre perda substancial de líquido, a recomendação é que a pessoa faça reposição de água e também dos sais minerais perdidos. Suco de laranja e de abacaxi, água de coco, além das bebidas isotônicas, que têm mistura de sais minerais e carboidratos, são algumas opções para a reposição dos sais minerais.

Cláudio Tinoco destacou, contudo, que as bebidas isotônicas não substituem a hidratação convencional. Advertiu que devido à presença de carboidratos, elas podem causar aumento de peso, quando a pessoa toma em excesso, sem realizar exercícios físicos. Os isotônicos, acrescentou o especialista, são indicados para situações específicas, quando ocorre perda substancial de água e de sais minerais. O principal isotônico conhecido pela população é o soro caseiro, que  resulta da mistura de água e sal.

Se a pessoa não teve sudorese importante e praticou atividade física de curta duração, “não tem necessidade disso”, salientou Tinoco. Lembrou, também, que pessoas com hipertensão arterial não devem fazer uso excessivo de bebidas isotônicas porque, pela presença do sal  e do sódio, podem contribuir até para o aumento da pressão arterial. “A gente pede parcimônia  no uso do isotônico e para não confundí-lo com energético, que é uma confusão que se faz com bebidas estimulantes, que têm uma quantidade grande de substâncias que aceleram  o metabolismo, o sistema nervoso central, como as bebidas que apresentam quantidade grande de cafeína”, explicou.

O médico acha louvável que as pessoas queiram praticar exercícios físicos, mas sugeriu que antes passem por uma avaliação médica. Uma série de doenças cardiovasculares tem como prevenção o uso regular de exercícios físicos, porque contribuem para controle do peso, para redução da pressão arterial, para controle da glicose no indivíduo com diabete, para redução do colesterol e dos triglicerídeos no sangue, para melhora do funcionamento do coração em doenças que comprometam a circulação das artérias coronárias. “Tem muitas indicações, mas como tudo que a gente faz para melhorar a saúde humana, existe uma dose. E quando a gente usa de modo exagerado ou sem os cuidados adequados, pode gerar risco”, adverte.

No verão, um dos principais riscos está associado à hidratação. Tinoco disse que quando a pessoa tem uma desidratação acima de 2% da quantidade de líquidos do corpo, o sistema cardiovascular já começa a sofrer uma sobrecarga, com aumento do número de batimentos cardíacos e estresse sobre o coração. Quando a desidratação atinge 6%, que é uma perda substancial de líquidos, o estresse sobre o sistema cardíaco é ainda maior. “Em pessoas que têm  problemas cardíacos, como história de infarto, angina de peito, obstrução na artéria coronária,  isso pode ser um risco maior de complicações cardíacas. Essas pessoas têm que ser avaliadas por um médico antes de fazerem atividades físicas”, indicou.

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