Melhorar o condicionamento físico, prevenir o sobrepeso, promover o fortalecimento muscular e a socialização são os principais objetivos da prática de exercício físico por pessoas com síndrome de Down, cujo dia internacional é marcado hoje por atividades no Recife. No Parque da Jaqueira, Zona Norte do Recife, a mensagem sobre a importância de deixar de lado o sedentarismo é transmitida em ação no Parque da Jaqueira, das 8h às 11h30, por profissionais da Academia da Cidade, que incentivam a prática de exercícios entre esse público, que tem uma chance aumentada de desenvolver sobrepeso, em comparação com a população em geral.
“As pessoas com síndrome de Down têm a tendência de acumular gordura abdominal. Precisam estar sempre atentas aos hábitos alimentares, além de praticar exercícios regularmente, desde bebês”, explica a médica geneticista Paula Arruda, diretora da organização não governamental Novo Rumo, que oferece apoio a crianças e jovens com síndrome de Down.
“E são pessoas que parecem ter um paladar aguçado. São ótimas de garfo. Então, não podem abandonar uma vida saudável”, acrescenta a geneticista, que participa de evento alusivo à data, hoje à tarde, no Shopping Guararapes, em Piedade, Região Metropolitana do Recife. Ela reforça que os desafios enfrentados por quem convive com síndrome de Down têm sido superados positivamente graças a atividades realizadas sob a supervisão de médicos e profissionais de outras áreas, como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e educação física.
“A prática de qualquer exercício físico tem que ser supervisionada. Para as pessoas com síndrome de Down, é importante manter atividades para controlar o peso e as taxas de colesterol e glicose, como também para evitar a perda de massa muscular”, informa o personal trainer Adenilson Carneiro de Holanda. Outro ponto, segundo o especialista, é que o exercício dá uma mãozinha para promover o conhecimento do corpo, a autoestima e a socialização. “É de muita valia que pessoas com Down percebam ter aptidão para realizar tarefas que qualquer outro indivíduo faz.”
Sobre o tipo de exercício indicado para quem convive com essa condição genética, Adenilson avisa: “Não dá para generalizar, pois é fundamental considerar a atividade apreciada por cada um. A prática não deve ser associada a sacrifícios, e sim ao prazer”. Foi assim com a estudante Mariana Cavalcanti de Faria, 33 anos. Por duas décadas, ela se dedicou ao balé, mas chegou a hora de experimentar outro exercício. Decidiu levantar uns pesinhos e acabou se apaixonando pela musculação.
Religiosamente, ela malha todas as terças e quintas-feiras. “Não gosto de faltar”, conta Mariana, ao mostrar empenho para atingir resultados. Ganhou massa muscular e tem controlado o peso. A cada mês, ela e o professor comemoram uma conquista. Recentemente, conseguiu aumentar a carga durante os exercícios de braço. “Não uso mais o pesinho leve. Agora, é bem pesado”, comemora Mariana.