Dengue se mantém em alta em Pernambuco

Apesar da expectativa dos especialistas de que houvesse uma redução dos casos, pico de transmissão da doença permanece
Da editoria de Cidades
Publicado em 20/10/2015 às 7:44
Apesar da expectativa dos especialistas de que houvesse uma redução dos casos, pico de transmissão da doença permanece Foto: Rodrigo Lôbo/Acervo JC Imagem


Um novo boletim da dengue, divulgado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), mostra que está mantido o pico de transmissão da dengue em Pernambuco. Neste ano, 110.610 pessoas já apresentaram sintomas da doença, o que representa um aumento de 568,78% em relação ao mesmo período de 2014. Além disso, 39.131 casos de dengue foram confirmados. É um cenário que preocupa os especialistas, já que era esperada a diminuição do número de casos, especialmente entre maio e julho, quando a temperatura cai.

“O maior problema é que, nas residências, continuamos a observar depósitos de água vulneráveis a criadouros do mosquito da dengue. Esse é um dos principais motivos que contribuem para que a infestação do Aedes aegypti permaneça em patamar elevado no Estado”, diz a coordenadora do Programa de Controle da Dengue e Chicungunha da SES, Claudenice Pontes.

Com o padrão de ascensão da dengue, sobem também os números de casos confirmados de chicungunha no Estado. Já são 93 pessoas que receberam o diagnóstico da doença, cujo vírus também é transmitido pelo Aedes aegypti. Três desses casos foram importados – ou seja, a infecção ocorreu fora de Pernambuco. Nesses casos, registrados em Iguaraci (2) e Itaíba (1), a doença foi contraída na Bahia. 

“É um cenário de apreensão porque é uma doença nova que pode se alastrar por todo o Estado”, ressalta Claudenice. Os doentes podem apresentar febre acima de 38,5 graus de início repentino e dores intensas nas articulações de pés e mãos (dedos, tornozelos e pulsos). Eles podem manifestar também dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas. O controle do mosquito é a ação mais importante, pois as pessoas podem ter chicungunha e dengue ao mesmo tempo. Por isso, as medidas de prevenção da dengue e da chicungunha devem ser mantidas. 

Para reforçar o trabalho de controle de ambas as doenças, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Pernambuco trouxe para o Estado uma mostra interativa sobre a dengue, organizada pelo Museu da Vida, da Fiocruz do Rio de Janeiro. Gratuita e dirigida a todas as idades, a exposição fica no Espaço Ciência, em Olinda, no Grande Recife, até 22 de janeiro. No local, é possível conferir informações sobre sintomas e complicações da dengue, através de ferramentas interativas e ilustradas. 

“A exposição chega num momento oportuno porque ajuda a população a perceber que o controle da dengue e da chicungunha requer mudança de hábitos, especialmente em relação ao armazenamento de água em casa”, diz a secretária-executiva de Vigilância em Saúde do Recife, Cristiane Penaforte. Durante um dos módulos que explicam sobre a multiplicação do vírus, os visitantes recebem um recado importante: ao dedicar 10 minutos por semana para limpar recipientes e locais onde o mosquito possa depositar seus ovos, a pessoa pode contribuir muito para o controle do Aedes aegypti. 

Ainda entre os destaques da mostra, está o Quintal Interativo – um espaço em que o visitante observar ovos, larvas e pupas do mosquito com uso de lupas. Além disso, um mosquito fossilizado em âmbar, de 30 milhões de anos, pode ser visto na exposição.

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