Saúde

Aumento na incidência da microcefalia requer serviço uniforme às gestantes

Protocolo, em elaboração pela Secretaria de Saúde, vai registrar de imediato possível anomalia apontada no ultrassom. Ideia é garantir ajuda às grávidas

Da editoria de Cidades
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Publicado em 14/11/2015 às 6:04
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Protocolo, em elaboração pela Secretaria de Saúde, vai registrar de imediato possível anomalia apontada no ultrassom. Ideia é garantir ajuda às grávidas - FOTO: Edmar Melo/JC Imagem
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A Secretaria Estadual de Saúde (SES) tem elaborado, em caráter de urgência, um protocolo para as mulheres grávidas que, durante um ultrassom, já receberam a informação de que o filho apresenta o tamanho da cabeça menor do que o normal para a idade gestacional. O documento, segundo a SES, será divulgado assim que estiver concluído, mas não há prazo. O protocolo deve definir o fluxo de atendimento e uniformizar o acompanhamento dessas gestantes, que precisam de assistência médica e psicológica.

Além disso, a secretaria detalha como está organizado o Comitê de Operações de Emergências em Saúde (Coes). A força-tarefa, que começou a ser formada na segunda quinzena de outubro, está composta por profissionais do Ministério da Saúde (MS), da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) e Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe).

O objetivo dessa aliança é discutir os novos casos de forma criteriosa e planejar ações de cuidado para as gestantes, mães e bebês. A Universidade de São Paulo (USP) também participa da investigação epidemiológica realizada pelo Estado, em parceria com o MS e instituições de pesquisa (Fiocruz, Imip e UFPE). 

Diante do avanço da microcefalia no Estado, o Ambulatório de Infectologia Pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), unidade de referência para atender os bebês com essa anomalia, já recebeu cerca de 40 recém-nascidos com a malformação congênita. Alguns já estão sendo encaminhados, de acordo com a necessidade, para unidades onde possam ser acompanhados por uma equipe interdisciplinar, formada por fisioterapeutas , terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, além de outros profissionais de saúde. 

MAIS CASOS

Quase 20 dias após Pernambuco ter iniciado a notificação compulsória imediata da microcefalia, mais um Estado relata aumento súbito de nascimentos de bebês com essa anomalia congênita. A Secretaria de Saúde do Piauí informou ontem ter registrado, nas últimas três semanas, 10 casos entre recém-nascidos e dois intrauterinos. Outros quatro seguem em investigação. Com isso, sobe para 243 o número de notificações da malformação que, até recentemente, era considerada um evento raro na pediatria. 

A maior parte dos casos está concentrada em Pernambuco (141), seguido por Sergipe (49), Rio Grande do Norte (22) e Paraíba (9). Investigações preliminares indicam apenas que a maior parte das mães dos bebês com microcefalia apresentou, durante os primeiros meses de gestação, febre baixa, coceira e vermelhidão. Os sintomas são semelhantes ao provocados pela infecção por zika vírus, que chegou neste ano ao Brasil e afetou principalmente Estados do Nordeste. Técnicos do Ministério da Saúde reconhecem que essa é a principal suspeita, mas há outras causas que estão sendo investigadas. 

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