Pernambuco quer multiplicar por 10 o número de doadores de medula óssea. A meta foi traçada pelo governador Paulo Câmara durante a abertura da Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, nessa segunda-feira (14) pela manhã. No Estado, 102.556 pessoas já são cadastradas. Além de aumentar o número de doadores, o foco da semana, que segue até o dia 21, é atualizar o cadastro dos já inscritos no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
“Nunca estamos preparados para um doença dessa na nossa família, por isso é melhor se preparar antes, crescer o cadastro para ter mais chances de cura”, comenta Beto Albuquerque, autor do projeto de lei nº 11.930/2009, que instituiu a semana nacional. O projeto é conhecido como Lei Pietro, por ser uma homenagem ao filho do autor, Pietro Albuquerque, que faleceu após 13 meses de luta contra a leucemia mieloide aguda (LMA).
A leucemia, conhecida como o câncer do sangue, é uma doença que se origina na medula óssea. A doença afeta os glóbulos brancos, que são produzidos excessivamente. Com isso, há uma diminuição na criação de células sanguíneas normais, como as hemácias, responsáveis por transportar o oxigênio. O paciente, então, pode sofrer de anemia e fadiga, por exemplo. Entre os subtipos da doença, há os que são tratados apenas com transplante.
Para reforçar a busca por novos doadores, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, que também participou do evento, colocou o Transforma Recife à disposição da campanha. A intenção é mobilizar os 60 mil voluntários e as 380 organizações não governamentais cadastradas para enriquecer o banco.
O advogado Gabriel Massote sabe por experiência própria sobre a necessidade do banco de doadores. Ele foi diagnosticado com leucemia linfoide aguda (LLA) em 2011, quando 97% das células sanguíneas já estavam comprometidas. Para encontrar um doador, foi preciso procurar no Redome, além dos bancos norte-americano e alemão, os maiores do mundo. A doadora compatível foi encontrada em Rondônia. “Ela era a única no mundo compatível comigo”, revela.
DADOS - Mas a doação sofreu atraso por causa da falta de atualização dos dados pessoais. “A notícia de que o doador não foi localizado é frustrante, mas difícil até do que saber da própria doença”, comenta o advogado. O procedimento só pôde ser feito após a doadora ser localizada após campanha da Associação Amigos do Transplante de Medula Óssea (Atmo), para atualização cadastral.
Para a presidente da Atmo, Betânia Leal, tão importante quanto doar é manter os dados atualizados. No Hemope, cerca de 30% dos cadastrados não são localizados e, para evitar contratempos, o órgão disponibiliza o e-mail redome@hemope.pe.gov.br para que os já cadastrados solicitem a atualização dos dados.