Denuncie criadouros do mosquito Aedes aegypti

Moradores do Recife devem entrar em contato com a Ouvidoria da Saúde
Margarida Azevedo
Publicado em 01/03/2016 às 4:23
Foto: Foto: Guga Matos/JC Imagem


Agora é para valer. Nenhum imóvel da capital pernambucana deixará de ser vistoriado por agentes da Vigilância Ambiental e Controle de Endemias porque está fechado ou o dono não permitiu a entrada. O acesso a esses locais está respaldado por dispositivos legais que a Prefeitura do Recife adotou ou por decisão judicial. Chaveiros foram acionados para garantir a abertura de portas, fechaduras, portões e cadeados. A população tem que fazer a sua parte, fiscalizando e denunciando, por meio da Ouvidoria de Saúde (0800-2811520), as casas, galpões ou estabelecimentos comerciais que possam ter focos do mosquito Aedes aegypti.

Os números comprovam a dificuldade do poder público em entrar nos imóveis: ano passado, a cada quatro casas visitadas, uma estava fechada, abandonada ou não foi autorizada a entrada. Foram 2,2 milhões de visitas em 2015, com 26,76% nessa situação. De 28 de novembro até agora, segundo a Secretaria de Saúde do Recife, houve a vistoria de 38.980 imóveis. O levantamento que aponta o percentual de recusas nesse período não foi ainda realizado.

“Mas já identificamos pelo menos 79 imóveis no Recife que precisarão ser abertos pelos chaveiros. Em cada um deles houve três tentativas de acesso, em dias e horários diferentes, inclusive com a presença de testemunhas. Como não conseguimos, estamos levando um chaveiro para abrir os prédios. Faremos a colocação de larvicida e eliminação de possíveis focos do mosquito. Depois o local é novamente fechado, com todo o cuidado para não danificá-lo”, explica a secretária-executiva de Vigilância à Saúde, Cristiane Penaforte. A previsão é que o trabalho seja concluído até o fim de março.

A ação começou ontem no bairro do Ibura, Zona Sul, com vistoria de três imóveis. O primeiro foi um galpão localizado na Rua José Brasileiro Vilanova. Agentes ambientais estiveram no endereço nos dias 10, 18 e 23 de fevereiro. Ao entraram no prédio, ontem, encontraram poças d’água com larvas. Houve a coleta de amostras do líquido. O material vai ser analisado em laboratório para identificar se é do Aedes aegypti ou de muriçoca.

A equipe colocou larvicida em pó, além de fumacê com inseticida. Também usou um aspirador para coletar mosquitos na fase adulta. “Como o galpão fica protegido do sol, o local estará protegido por um período de 40 dias. Mas vamos monitorá-lo”, destacou Cristiane.



Os outros dois imóveis visitados, ambos residenciais, ficam na Avenida Dois Rios e estavam abandonados, tomados por mato. Em um deles, o dono chegou logo depois que o chaveiro contratado pela prefeitura abriu a grade. Ele contou que mora numa casa atrás da que estava fechada.

“Quando chove aqui fica alagado, com mais de um metro de água. Por isso não consigo alugar a casa”, afirmou Rogério Oliveira. “Os agentes devem ter vindo quando eu estava fora, trabalhando. Agora estou desempregado. Concordo que entrem, não tem problema”, comentou. No local apenas uma bacia sanitária com água poderia ser criadouro do mosquito transmissor da dengue, zika e chicungunha. Foi fechada e a água recebeu larvicida. No terceiro imóvel agentes colocaram larvicida numa fossa que estava aberta.

Foto: Guga Matos/JC Imagem
Prefeitura contrata chaveiros para abrir imóveis fechados ou abandonados no Ibura - Foto: Guga Matos/JC Imagem
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Um galpão abandonado foi aberto no Ibura com a ajuda de um chaveiro - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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No galpão abandonado, fiscalização encontrou larvar em poças d'água - Foto: Guga Matos/JC Imagem
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Amostras foram coletadas para exame laboratorial que dirá se larvas eram do Aedes Aegypti - Foto: Guga Matos/JC Imagem
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Amostras foram coletadas para exame laboratorial que dirá se larvas eram do Aedes Aegypti - Foto: Guga Matos/JC Imagem
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Amostras foram coletadas para exame laboratorial que dirá se larvas eram do Aedes Aegypti - Foto: Guga Matos/JC Imagem
Foto: Guga Matos/JC Imagem
No galpão abandonado no Ibura, vários possíveis criadouros foram encontrados - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Equipamentos eletrônicos abandonados no galpão também foram vistoriados - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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No galpão abandonado no Ibura, vários possíveis criadouros foram encontrado - Foto: Guga Matos/JC Imagem
Foto: Guga Matos/JC Imagem
No galpão abandonado no Ibura, vários possíveis criadouros foram encontrado - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Após vistoria no galpão, fiscais fecharam cuidadosamente o galpão - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Numa residência abandonada no Ibura, mosquistos foram sugados para análise - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Residência abandonada no Ibura também foi vistoriada pelos agentes ambientais - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Aedes aegypti Recife dengue zika chicungunha
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