Um protesto realizado por pacientes cobra melhores condições de tratamento no Hospital Barão de Lucena, na Avenida Caxangá, no bairro de Iputinga, na Zona Oeste do Recife, na manhã desta quinta-feira (20). O grupo é formado por cerca de dez pacientes ostomizados, que tratam câncer colorretal e de intestino.
Segundo o paciente Edvaldo Oliveira, que convocou, faltam as bolsas coletoras de fezes e urinas. "Quem pode comprar, está comprando. Quem não pode usa sacolas plásticas de açúcar, farinha, sabugo de milho", declara. Ele utiliza a bolsa há cinco anos, após ser vítima de um câncer, e pelo menos desde janeiro, não recebe os materiais com a frequência necessária.
Ele afirma que, em abril, o grupo conseguiu entrar em contato com a direção do hospital, mas há dois meses não consegue nenhuma resposta para a situação. "Preciso trocar minha bolsa de três em três dias e o hospital não fonece a quantidade suficiente. A utilização errada pode causar uma infecção", denunciou.
"Foram dadas algumas bolsas substitutas, que têm qualidade menor do que a que a gente está acostumado a usar. Essas bolsas acabam irritando a nossa pele, causando feridas", afirmou outra paciente e vice-presidente da Associação de Ostomizados de Pernambuco , Madalena Vasconcelos, que após um erro médico, depende da bolsa há 12 anos.
Por nota, a Secretaria Estadual de Saúde, responsável pelo Hospital Barão de Lucena, afirmou que a unidade possui diferentes padrões de bolsas ostomizadas e que a falta é de alguns itens, "que já estão em fase final do processo licitatório para que o estoque seja reestabelecido no menor tempo possível". A secretaria também diz que o processo de compra está sendo finalizado e que os pacientes "podem procurar a unidade para passar por uma avaliação e fazer a substituição temporária do tipo de bolsa, sem prejuízo ao tratamento do usuário do SUS".