Tomar vacina é uma ação mais comum na rotina de bebês e crianças. Poucas vezes os adultos necessitam ir a postos de saúde em busca de imunização. Para quem já atingiu a maioridade, apenas a vacina que previne contra difteria e tétano, chamada dT, deve ser repetida a cada 10 anos. E a que combate a gripe (influenza) tem que ser aplicada anualmente, no caso dos idosos (com 60 anos ou mais). Se a pessoa tomou todas as vacinas exigidas durante a infância e adolescência, não é necessário procurar um hospital, depois dos 21 anos de idade, pois estará protegida das doenças que fazem parte do calendário nacional de vacinação preconizado pelo Ministério da Saúde.
O surto de sarampo (doença infecciosa grave, transmissível e extremamente contagiosa), nos Estados de Roraima e Amazonas, na região Norte, tem feito com que pernambucanos busquem a vacina em postos de saúde do Recife. A enfermidade havia sido banida do Brasil, tanto que em 2016, o País recebeu um certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo pela Organização Mundial da Saúde (OMS), declarando a região das Américas livre da doença.
A coordenadora de imunização da Secretaria de Saúde do Recife, Elizabeth Azoubel, explica que a tríplice viral (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola) só deve ser aplicada naqueles adultos que deixaram de tomá-la quando eram crianças. Quem já teve a doença está imunizado para o resto da vida.
“Quando há dúvida, o adulto pode repetir a vacina sem problema. Mas se seguiu o esquema vacinal preconizado na infância, não é necessária mais nenhuma dose”, ressalta Elizabeth Azoubel. “Não é motivo de preocupação pois não temos casos de sarampo em Pernambuco. Todas as medidas de prevenção estão sendo adotadas no Estado.”
Normalmente, a tríplice viral é administrada pela primeira vez aos 12 meses do indivíduo e repetida aos 15 meses (na segunda vez, o combate ao sarampo vai na vacina tetraviral). Se por algum motivo não ocorrer nestas idades, as duas doses podem ser injetadas, com intervalo de 30 dias, em pessoas de até 29 anos.
Adultos entre 30 e 49 anos não imunizados antes devem tomar somente uma dose da tríplice. Após os 50 anos não é necessário vacinar, “pois provavelmente quando criança essa pessoa contraiu o sarampo”, justifica Elizabeth Azoubel.
O servidor público federal Romero Barreto, 35 anos, levou ontem o filho Felipe, de 2 meses, para tomar vacinas de rotina na Policlínica Waldemar de Oliveira, em Santo Amaro, área central do Recife.
“Não programei, mas já que estava no posto, decidi me vacinar contra sarampo. Não sei tomei na infância. Na dúvida, é melhor prevenir”, comenta Romero. A psicóloga Sílvia Moraes, 65, também esteve na unidade de saúde com o marido Aurênio Moraes. “Vamos viajar para Minas Gerais e Bahia. Por isso buscamos vacina contra febre amarela e gripe”, diz Sílvia.
No próximo dia 6 terá início a Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo. Vai até o último dia de agosto. Crianças de um a 4 anos e 11 meses de idade serão o público alvo. “Mesmo aquelas que já tomaram as duas doses da tríplice viral deverão comparecer para receber a terceira dose durante a campanha. O mesmo vale para polio”, informa Elizabeth Azoubel.
O foco, destaca ela, não será a população adulta. O que não significa que o adulto que comparecer a um posto de saúde com a caderneta desatualizada deixará de ser atendido. “A campanha é exclusiva para crianças com menos de 5 anos. Mas o adulto tem direito à vacina porque está no calendário dele”, diz a coordenadora de imunização do Recife.
* Veja as vacinas de adultos. Vale ressaltar que são aplicadas apenas se a pessoa não as tomou durante a infância ou adolescência
Dos 20 aos 29 anos – 2 doses da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), com intervalo de 30 dias entre elas (para quem não se vacinou antes ou não se lembra)
Entre 30 e 49 anos – 1 dose da tríplice viral (também para quem não se vacinou ou não se lembra)
Dos 20 anos em diante:
– Três dose da dT (difteria e tétano) em não vacinados e um reforço a cada dez anos
– Três doses contra hepatite B. A segunda dose é aplicada 30 dias após a primeira. A terceira, 180 dias após a primeira
– Dose única da febre amarela
60 anos ou mais – Influenza, aplicada anualmente durante as campanhas