Um detento do Presídio de Vitória de Santo Antão (PVSA), na Zona da Mata de Pernambuco, morreu por suspeita de meningite, nesta sexta-feira (7), e outro teve diagnóstico confirmado para a doença e está internado. Por medida de segurança, neste final de semana, todas as visitas à unidade prisional, que tem 601 reeducandos, serão suspensas.
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No caso do óbito, o paciente, José Aroldo de Lima, de 22 anos, tinha dado entrada no Hospital João Murilo de Oliveira, em Vitória de Santo Antão, nesta sexta-feira (7). A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou que ele estava preso por roubo.
O homem que teve a doença meningocócica diagnosticada foi identificado como Leonaldo Ferreira de Oliveira, 28, e está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Correia Picanço, na Tamarineira, na Zona Norte do Recife, desde a noite dessa quinta-feira (6). De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), ele vem recebendo a devida assistência na unidade de saúde, que é referência estadual para doenças infectocontagiosas.
A Secretaria Estadual de Saúde ressaltou que, em parceria com a Secretaria de Saúde de Vitória e a Seres, está realizando todas as medidas de controle epidemiológico. A unidade prisional tem 601 detentos. "Todos os reeducandos e outros contactantes estão realizando a profilaxia indicada para esses casos com uma dose de antibiótico", diz trecho de nota divulgada pela SES-PE.
Além dos dois casos citados, segundo a SES-PE, não há nenhum outro paciente com sintoma da doença no presídio. Por medida de segurança todas as visitas à unidade prisional serão suspensas neste final de semana.
Casos de meningites sensibilizam a população porque alguns dos quadros da doença podem evoluir rapidamente e causar complicações neurológicas, como problemas auditivos, além de risco de morte.
O termo meningite define um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A meningite pneumocócica, vale informar, é um dos três tipos de meningite bacteriana, que também pode ser causada pelo meningococo e hemófilos. Entre os sintomas em geral das meningites, estão dor de cabeça intensa e contínua, rigidez da nuca, vômitos, náuseas, prostração e febre alta que começa abruptamente. Em crianças com menos de 1 ano, esses sintomas podem não ser tão evidentes e, por isso, os pais devem ficar atentos para a presença de moleira tensa ou elevada, irritabilidade, inquietação com choro agudo e persistente, além de rigidez corporal com ou sem convulsões.
"Entre as meningites, a principal diferença é que a meningocócica tem evolução muito rápida, com período de incubação (desde o contágio até aparecerem os sintomas iniciais da doença) curto. É mais agressiva e pode levar ao óbito com maior rapidez, quando comparada com a meningite pneumocócica", esclarece a chefe do Setor de Infectologia Pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), Angela Rocha. "Já as meningites virais são geralmente benignas. Os casos são mais leves e não deixam sequelas", complementa a infectopediatra.
Entre as medidas de prevenção, estão as vacinas. Outras formas de prevenção incluem: evitar aglomerações, manter os ambientes ventilados e limpos.
As vacinas estão disponíveis para prevenção das principais causas de meningite bacteriana. Estão disponíveis no calendário de vacinação da criança do Programa Nacional de Imunização:
– Vacina meningocócica conjugada sorogrupo C: Protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C
– Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): Protege contra as doenças invasivas causadas pelo pneumococo, incluindo meningite
– Pentavalente: Protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo b, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B
– Vacina BCG: protege contra as formas graves da tuberculose e nos casos de meningite
Em geral, a transmissão é de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe. Ou seja, a transmissão ocorre a partir de um contato próximo ou direto com as secreções respiratórias do paciente. Em relação ao contágio da meningite meningocócica, é recomendado que pessoas que estiveram próximas a pacientes infectados façam uso de medicação, sob supervisão de profissionais de saúde, como prevenção. No caso de meningite bacteriana, o tratamento é realizado com antibióticos específicos.