Em um momento em que as diversas linguagens artísticas sofrem com as incertezas da crise política – que invariavelmente tem a cultura como um dos principais alvos de cortes financeiros – produzir é um grande desafio. Para algumas expressões, como o Teatro de Bonecos, a peleja parece ainda mais intensa. Por isso a importância de ações como a 6ª Mostra Pernambucana de Teatro de Bonecos, que começa sábado (27) e segue até o dia 4 de junho, no Recife, Olinda e Igarassu.
Estado onde o mamulengo encontrou terreno fértil para se desenvolver, Pernambuco é berço de vários mestres bonequeiros. A falta de incentivos à execução desses espetáculos, assim como investimento na formação de novos artistas, tem representado uma forte crise para o desenvolvimento da arte. Mesmo diante desse cenário, a produção local resiste.
“Em 1997, quando a ideia nasceu, percebemos que a produção local era suficiente para montar uma grade de programação, brigando pelo nosso espaço. Os eventos do tipo que aconteciam aqui privilegiavam artistas de fora, mas nós focamos nos trabalhos de Pernambuco”, explica Jorge Costa, presidente da Associação Pernambucana de Teatro de Bonecos.
A falta de espaços para apresentar os espetáculos é um dos principais problemas enfrentados pelos artistas.
“Geralmente o bonequeiro também é um artesão da cena, criando a dramaturgia, os figurinos, executando o espetáculo, enfim, e a questão dos incentivos é capenga. O mamulengo foi reconhecido como Patrimônio Imaterial, mas não tem políticas de salvaguarda”, reforça.
Para a sexta edição do evento, foi pensada a descentralização das ações, com espetáculos acontecendo principalmente no Teatro Apolo, mas também em espaços públicos do Recife, Olinda e Igarassu, além do reforço nas oficinas. Serão três ao todo: Confecção de Bonecos de papel machê, Confecção de bonecos de sucata e Confecção de bonecos de madeira (Mulungu).
Entre os destaques da programação está a vinda do coletivo Cia Fios de Sombra, de Campinas (SP), que apresenta sábado (27), no Teatro Apolo, os espetáculos Maresias, às 16h, voltado para o público infantil, e Cinza, às 20h, com temática direcionada aos adultos. As peças apresentadas nos teatros custam R$ 10 e R$ 5 (meia).
TERÇA-FEIRA (30/05)
H20, o planeta é agua, terça (30/05)
10h, Teatro Apolo
Grupo: Teatro de Bonecos Quero Mais ( Olinda, PE)
Era uma vez..., terça (30/05)
15h, Teatro Apolo
Grupo: Teatro de Bonecos Quero Mais (Olinda, PE)
QUARTA-FEIRA (31/05)
Musical Pipoquinha
10h, Teatro Apolo
Folclore: Será que é história?
15h, Teatro Apolo