Gabriela Holanda estreia 'Sopro D'Água' no Hermilo Borba Filho

Dança e performance se unem em um trabalho de pesquisa com ramificações
Márcio Bastos
Publicado em 17/09/2019 às 12:36
Dança e performance se unem em um trabalho de pesquisa com ramificações Foto: Aline van der Linden/Divulgação


A ideia da água como elemento intrinsecamente ligado à vida, à criação, e, também, relativo à ancestralidade que une todos os seres foi uma das forças que inspirou Gabriela Holanda a desenvolver Sopro D’Água. A performance, cuja estreia acontece dias 17 e 18 de setembro no Teatro Hermilo Borba Filho, é um dos desdobramentos de uma pesquisa intensa que resultou em uma dissertação de mestrado na Universidade Federal da Bahia.

O interesse da atriz, bailarina e performer pelas possibilidades de trabalhar o corpo a partir do contato com a água surgiu há seis anos, quando ela ainda estava na graduação.

“Se tornou latente em mim uma energia de dançar as águas, o estado das águas no ambiente e também das águas internas (que circulam no corpo humano). Eu não entendia direito por qual razão, mas aquilo passou a me mobilizar enquanto artista e resolvi aprofundar, buscando entender essa água como tudo que me move. Queria dançar a chuva, os rios, aprender a dançar o sangue, os fluidos celulares, buscando uma dança em estado de fluxo”, afirma a artista.

Ao longo desse processo, o trabalho foi, assim como a água, ganhando diferentes contornos, se adaptando às descobertas de Gabriela, assim como as visões trazidas pelos colaboradores.

PESQUISA E COLABORAÇÕES

Ex-integrante do grupo Totem, Gabriela convidou Daniela Guimarães para dirigir a performance e, juntas, sistematizarem alguns dos módulos encontrados durante seu processo, que contou com imersões em cachoeiras, rios e no mar. Poética, a obra evoca o potencial transformador da água, entendendo-a como elemento constituinte da vida, carregada de memórias.

“O trabalho toca nessa possibilidade de uma existência ecológica, que nos entende como parte da natureza. Assim, estão impressas minhas memórias, mas também as de outros corpos”, reflete.

A criação conta com trilha sonora concebida por Thiago Neves, iluminação de Natalie Revorêdo, vídeos de Tonlin Cheng, fotografia de Thaís Lima e Aline van der Linden e colaborações de Jam da Silva (percussão e flauta) e Lucas Holanda (poesia).

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