"Faça um exercício: coloque em mãos uma fotografia, observe-a atentamente. O que ela traz senão sentimentos, as lembranças, as experiências?", questiona a diretora do Museu da Cidade do Recife, Betânia Corrêa de Araújo, em um texto no início do livro O álbum de Berzin – Coleções do Museu da Cidade do Recife e da Fundação Joaquim Nabuco (Cepe Editora, R$ 60). Seguindo esta linha de pensamento, a obra organizada pela professora Fabiana Bruce traz em suas páginas muitos sentimentos, lembranças e experiências de Alexandre Guilherme Berzin (1903-1979), fotógrafo letão que viveu 51 anos em Pernambuco, e, por extensão, daqueles que passarem pelos cenários e situações eternizados por ele nas fotografias. A obra será lançada nesta quinta-feira (5/7), às 19h, no auditório da Livraria Cultura.
Alexandre Guilherme Berzin (o Behrsing ou Bersing foi "aportuguesado" para Berzin) nasceu na capital da Letônia, Riga. Ele começou a fotografar na adolescência e, aos 24 anos, chegou em Belém para trabalhar na casa fotográfica do italiano Filippo Fidanza (?-1904). Um ano depois, Berzin desembarcou no Recife para atuar em uma filial do estabelecimento. Em 1933, ele já possuía uma casa fotográfica própria no número 246 da Rua da Imperatriz, o Foto AB.
"Berzin tinha uma forte preocupação geométrica. Um refinamento no uso das formas, sabia onde colocar a sombra e aproveitar o volume delas como mais um elemento da composição. Ele também brincava muitas vezes com os ângulos", comenta Fabiana Bruce, que é doutora em história pela Universidade Federal de Pernambuco (com uma tese sobre a fotografia moderna no Recife na década de 1950) e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
A descoberta da fotografia foi uma das realizações mais extraordinárias que o gênio humano conseguiu. Por meio dela eternizamos o que é passageiro, tornamos a ver o que já passou, continuamos vivos depois de mortos.
Alexandre Guilherme Berzin, fotógrafo.
O texto completo está no Caderno C desta quinta-feira (5/7), no Jornal do Commercio.