Quando tinha de 14 para 15 anos, o empresário Ricardo Brennand ganhou do seu tio, Francisco, um canivete. Tamanha impressão lhe causou o artefato que, a partir de então, não deixava escapar oportunidade para adquirir um exemplar. Aproveitava as inúmeras viagens realizadas com a família para comprá-los. Os parente e amigos, sabendo da nova “mania” do rapaz, também ajudavam, presenteando-lhe com um novo item para a incipiente coleção, que hoje conta com três mil armas brancas (canivetes, adagas, facas, espadas etc), formando um dos maiores acervos do gênero no mundo, em exposição permanente no Instituto Ricardo Brennand.
O IRB, inaugurado em 2002 no bairro da Várzea, nasceu da necessidade de abrigar as inúmeras coleções que passaram a ser reunidas a partir daquele marco inicial. A ideia era dar forma a uma fundação cultural que se dedicasse à preservação e exibição do acervo, que tinha como um dos focos centrais a aquisição de obras de arte e objetos relacionados à história do Brasil, sobretudo no que se refere à ocupação holandesa em Pernambuco.
Neste escopo, a coleção de obras assinadas por Frans Post – ao lado de Albert Eckhout o artista holandês de maior relevância na missão artística trazida por Maurício de Nassau – é uma das maiores e mais completas já compiladas por um colecionador particular, contemplando o período que vai de 1612 a 1680. Integra ainda a coleção mantida pelo IRB o quadro intitulado Forte Frederik Hendrik, considerado uma raridade por ser uma das sete pinturas a óleo feitas pelo do artista em Pernambuco (de um total de 18) a terem sido encontradas.