Paulo de Tarso Veloso, alagoano radicado em Pernambuco desde a adolescência, iniciou sua coleção há 40 anos, influenciado por outro colecionador pernambucano, Marcantonio Vilaça, de quem foi amigo por muitos anos.
Executivo recém-aposentado, sua experiência profissional o permitiu circular por várias cidades brasileiras, o que o possibilitou entender e viver diferentes culturas e estéticas, aflorando sua sensibilidade para a diversidade das produções artísticas que encontrou ao longo da vida.
Veloso sempre acreditou que uma coleção de arte deve ter vida própria, deve ser livre para voar em múltiplas direções e deve estar aberta ao contato com pessoas e culturas diversas. Dessa vontade e da necessidade sentida de ver o outro e de conhecer o outro, é que a Coleção Veloso começou a ganhar o mundo.
O primeiro passo nesta direção foi dado quando, no dia 3 de maio de 2016, 16 obras de arte exclusivamente produzidas em Pernambuco atravessaram o país para integrarem uma exposição no Museu de Arte Contemporânea do Mato Grosso do Sul (Marco). Para a estreia foram selecionadas telas de Gil Vicente, João Câmara, Vicente do Rêgo Monteiro, Wellington Virgolino, Samico, José Cláudio e Guita Charifker; uma instalação de Renato Valle e uma escultura de Francisco Brennand. A coleção tem cerca 500 peças com foco exclusivo em artistas do Estado.
Paulo de Tarso Veloso é um admirador e dedicado colecionador da obra do gravurista Gilvan Samico (1928-2013). A aproximação entre os dois, que se deu primeiramente em bases de compra e venda, terminou virando uma longa amizade, sedimentada por conversas tecidas com calma no ateliê do artista, em Olinda. A última aquisição, realizada em leilão esta semana, completou a 150ª gravura em sua posse.