Mais que uma empresária, a engenheira química Vitória Barros é uma visionária incomum. Resolveu provar, ao mercado e a si mesma, que seria possível produzir queijos de tradição europeia no Agreste pernambucano. Há cerca de 10 anos, ela produz, em Pombos, queijos como gruyère e pecorino – alguns deles cristalizados com a maturação de mais de um ano. “Claro que esses queijos não poderiam ser idênticos aos feitos na Europa, porque todo queijo reflete o terroir em que está inserido”, diz ela, que acaba de avançar mais uma casa na produção de queijos de origem estrangeira em Pernambuco.
Neste comecinho de dezembro, sua marca, a Campos da Serra, acaba de lançar o mais tradicional queijo de tradição árabe com produção local. Na loja da fábrica e nas outras duas outras, no Recife, já é possível encontrar chancliche.
Feito normalmente em bolas de seis centímetros, com leite de vaca ou ovelha, e original da Síria e do Líbano, o queijo é envolvido em zaatar, um amálgama de várias ervas – tomilho, principalmente – e depois deixado para secar. “A coalhada é fervida até ele obter a textura específica”, diz ela sobre o queijo que se esfarela com facilidade e deve ser temperado com azeite. O de vaca é ligeiramente mais cremoso. Em bolinhas menores, os de cabra recebem vários temperos e são mais sedosamente ácidos. Porções de 200g custam cerca de R$ 12. As lojas possuem ainda uma carta de vinhos italianos de bom custo benefício para degustação in loco.