"De pernas pro ar 2" invade 710 salas de cinemas do País

Comédia com Ingrid Guimarães e Bruno Garcia ganhou um humor mais família
Ernesto Barros
Publicado em 28/12/2012 às 9:15
Comédia com Ingrid Guimarães e Bruno Garcia ganhou um humor mais família Foto: Globo Filmes


Maior público de 2011 entre os filmes brasileiros, quando levou aos cinemas mais de 3,5 milhões de espectadores, a comédia De pernas pro ar ganhou uma continuação que tem tudo para repetir o sucesso do primeiro filme. De pernas pro ar 2 estreia hoje com pinta de blockbuster e promete invadir 710 salas de cinemas do País. Independente de ser ou não um "filme de qualidade", o certo é que a comédia novamente estrelada por Ingrid Guimarães está cumprindo um papel importante: diminuir a participação do cinema americano no mercado exibidor brasileiro.

Num ano em que o gênero mais amado pelo público brasileiro - como confirmam as chanchadas dos anos 1950 e o cinema popular dos anos 1970, com Os trapalhões e a produção da Boca do Lixo, de São Paulo, dividindo as atenções -, a comédia voltou com todo gás. É bem verdade que, às vezes, muitas delas ainda causam vergonha alheia, principalmente quando apelam para piadas prontas e o mau gosto puro e simples. Por outro lado, como produto audiovisual, o gênero vem ganhando em qualidade técnica e se distanciando do formato televisivo.

Apesar de vir tão bem embalado quando o primeiro, o que se nota mais em De pernas pro ar 2 é uma tentativa de levar o humor para um nível mais aceitável, mais familiar, digamos. No primeiro filme, com o foco todo voltado aos brinquedos sexuais e o louvor ao orgasmo feminino, isso era quase impossível. Agora, os vibradores foram reduzidos a um exemplar bem menos fálico: um objeto que atende pelo nome de Octopussy e que servirá como cartão de visitas da filial de Nova Iorque da sex shop das amigas Alice (Ingrid) e da amiga Julia (Maria Paula).

Saindo dessa seara sexual e investindo na compulsão para o trabalho de Alice e em seus conflitos com o marido, João (o pernambucano Bruno Garcia), o filme toma um rumo bem mais próximo da comédia romântica. Esse caminho escolhido pelo diretor Roberto Santucci - o mesmo de Até que a sorte nos separe, campeão de bilheteria deste ano - e pelos roteiristas Marcelo Saback e Paulo Cursino, limou muito do que a fórmula tinha de mais pesado.

Isso não quer dizer que De pernas pro ar 2 seja uma comédia sofisticada, nada disso, mas se percebe que houve um empenho em se mudar de tom e fugir da apelação excessiva. Mas nem sempre há como fugir do escracho. Reparem na sequência embalada pela voz de Biafra, por exemplo.

Certamente com menos referências sexuais, o filme se apoia mais no texto e na capacidade histriônica de Ingrid Guimarães. Na primeira meia hora ela está muito engraçada, fazendo uma Alice super-estressada e tendo piripaques, até que vai parar em um SPA onde convive com outros workhalics e compulsivos. Um deles é o baiano Luiz Miranda, que faz um viciado em sexo. Outro, que só pensa em trabalho, é vivido por Eriberto Leão.

Assim como no primeiro filme, Alice continua a fazer as coisas debaixo do ano, sem deixar que o marido saiba que ela está metida. O auge das trabalhadas acontece em Nova Iorque, antes e durante a abertura da filial da Sex Delícia. Apesar de uns tantos clichês, como a longa cena no restaurante, há boas sequências de ruas, como quando Alice corre entre milhares de transeuntes nova-iorquinos. Como aconteceu no primeiro, De pernas pro ar 2 já dá a deixa para o próximo, desta vez com a abertura de um nova filial da Sex Delícia numa bela cidade europeia. Au revoir e até dezembro de 2014.

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