Pelo menos os fãs da saga Maze runner, trilogia escrita por James Dashnner e adaptada para o cinema pelo diretor estreante Wes Ball, saberão apreciar este filme que estreia hoje. Um adolescente, no entanto, no escuro da pré-estreia realizada anteontem, gritou: “Tô me sentindo em Divergente!”
A trama de ficção científica de Maze runner: correr ou morrer é conduzida por Thomas (Dylan O’Brien), um jovem de rostinho bonito que cai no meio da Clareira – nome do lugar onde vivem dezenas de adolescentes aprisionados no centro de um labirinto frequentado por criaturas gosmentas e cibernéticas.
Fixando regras sustentadas pelo medo da morte, o grupo tenta sobreviver em comunidade até a chegada do altruísta e impetuoso Thomas, que transgride para libertar. Mais tarde, desembarca a primeira garota: Teresa (Kaya Scodelario), mais fosca que Kristen Stewart em toda a saga Crepúsculo.
O labirinto é o local onde se concentra a parte mais instigante do filme, sobretudo pelos honestos efeitos especiais que a produção conseguiu obter com o módico orçamento de US$ 35 milhões – menos da metade do padrão hollywoodiano usado no primeiro filme da franquia Jogos vorazes.
Para além dos clichês adolescentes em sagas distópicas, vale observar o perfil maduro do jovem Chuck (Blake Cooper), personagem pré-adolescente do longa. Chuck traz a essência do que, quiçá, o filme pretendeu alcançar. Tomadas de decisões e outros valores inerentes ao início da vida adulta se camuflaram pela lentidão, pelos questionamentos sem respostas e pelas explicações dispensáveis – de tão extensas – presentes em quase duas horas de filme.