Cinema pernambucano promete um 2015 pra lá de movimentado

Cerca de 40 filmes vão estar em processos de filmagem, finalização e exibição no próximo ano
Ernesto Barros
Publicado em 25/12/2014 às 6:00
Cerca de 40 filmes vão estar em processos de filmagem, finalização e exibição no próximo ano Foto: Aroma Filmes/Divulgação


Turbinado pelo Edital do Audiovisual/Funcultura – Lei 15.307, de 4 de junho de 2014 – e pelos recursos da Ancine – por meio do Programa Brasil de Todas as Telas e do Fundo Setorial do Audiovisual –, tudo leva a crer que o cinema pernambucano terá pela frente um dos anos mais produtivos de sua história. Pelo menos 16 longa-metragens serão feitos no Estado ao longo de 2015. Além desses filmes, que serão rodados nos próximos meses, outros 16 títulos já estão engatilhados para invadir, inicialmente, o circuito dos festivais de cinema. Até agora, oito filmes já estão com distribuição garantida para chegar às salas, entre eles o premiado Amor, plástico e barulho, de Renata Pinheiro, que estreia em janeiro próximo.

Antes mesmo que o ano acabe, e se estendendo por todo o primeiro mês de 2015, o Recife e várias cidades do interior – além de outras regiões brasileiras, de países vizinhos e europeus –, se transformarão em sets de filmes pernambucanos. O primeiro a abrir os serviços é o cineasta Juliano Dornelles, que estreia no longa-metragem como o aguardado Vernissage. Depois do curta Mens sana in corpore sano e de uma bem-sucedida carreira como diretor de arte, Juliano passa o mês em um casarão no Bairro do Recife, onde seu filme será rodado.

No segundo semestre, ele se junta a Kleber Mendonça Filho para as filmagens de Bacurau, um longa de terror passado numa comunidade do interior do Estado. Antes desse filme, porém, Kleber realizará, ainda no primeiro semestre, o seu muito esperado segundo longa-metragem. Quase cinco anos depois das filmagens de O som ao redor, ele lança um novo olhar sobre o Recife em Aquarius, que tem como principal locação o bairro de Boa Viagem. Esperem outro petardo, com o mesmo peso social e crítico de O som ao redor.

Durante todo o ano ainda serão realizados mais de uma dezenas de filmes dirigidos por cineastas novos e da geração desbravadora dos anos 1980/1990, como Cláudio Assis, Marcelo Gomes e Paulo Caldas. Cláudio, que realizou Big Jato este ano, já se prepara para dirigir Piedade, um longa sobre amantes e sexo explosivo. Marcelo Gomes passa uma temporada em Minas Gerais para revisitar a história brasileira em Um certo Joaquim, uma biografia do revolucionário Tiradentes. E Paulo Caldas, dividido entre o Nordeste e Alemanha, filma O Sertão vai virar mar e o mar vai virar Sertão, um filme de época que mistura cangaceiros e nazistas em plena Segunda Guerra Mundial. Camilo Cavalcanti, que lança o premiado A história da eternidade, vai ao Paraguai para filmar King Kong em Asunción.

Além dessa leva de novas produções, o cinema pernambucano deve brilhar novamente nos festivais de cinema Brasil e mundo afora. Gabriel Mascaro, que rodou o mundo com Ventos de agosto, já tem pronto Valeu boi!, sobre o sonho de um vaqueiro em se tornar estilista no mercado de moda do interior pernambucano. Outros cineastas também estão com novos filmes para soltar, como Tião, Petrônio, Renata Pinheiro, Andréa Ferraz e Pedro Severien, entre outros.

A mais recente produção, que brilhou em festivais por todo o País, ganhará novos templos em 2015: a nova sala da Fundaj, o Cinema do Museu, em Casa Forte, e o Cinema da UFPE, na Cidade Universitária, estarão abertas para receber a safra pernambucana do biênio 2014/2015, como os supracitados Amor, plástico e barulho e A história da eternidade, além de Prometo um dia deixar essa cidade, Sangue azul, Permanência e Brasil S/A.

Produção pernambucana

Filmagens

 

King Kong em Assunción - Camilo Cavalcante

Isolar - Leonardo Sette

Paterno - Marcelo Lordello.

O sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão - Paulo Caldas

Aquarius - Kleber Mendonça Filho

Bacurau - Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles

Steven esteve aqui - Fernando Weller

Espumas ao vento - Taciano Valério

Vernissage - Juliano Dornelles 

A transformação de Canuto - Ernesto de Carvalho e Ariel Ortega

Te sigo - Cecília Araújo

Piedade - Cláudio Assis 

Um certo Joaquim - Marcelo Gomes

Amores de chumbo - Tuca Siqueira

Propriedade privada - Daniel Bandeira

Antonio e Piti - Vincent Carelli

 

Em finalização

 

O silêncio da noite é que tem sido testemunha das minhas amarguras - Petrônio

Recordações nordestinas - Deby Brennand Mendes

Animal político - Tião

o gigantesco ímã - Petrônio e Tiago Scorza

Canavieiros - Andréa Ferraz

Jackson e imagens - Cacá Texeira e Marcus Vilar

Açúcar- Renata Pinheiro

Seu Cavalcanti - Leonardo Lacca

Valeu boi! - Gabriel Mascaro

Todas as cores da noite - Pedro Severien

Big jato - Cláudio Assis

Beco - Camilo Cavalcante

Super Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos - Sergio Oliveira e Renata Pinheiro

Mães do Pina - Leo Falcão

Azougue - Tiago Melo

 

Lançamentos no cinemas

 

A história da eternidade - Camilo Cavalcante

Prometo um dia deixar essa cidade - Daniel Aragão

Sangue azul - Lírio Ferreira

Permanência - Leonardo Lacca

Amor, plástico e barulho - Renata Pinheiro

Brasil S/A - Marcelo Pedroso

Estradeiros - Sergio Oliveira e Renata Pinheiro

A luneta do tempo - Alceu Valença

Leia a reportagem completa na edição desta quinta-feira (25/12) no Caderno C, do Jornal do Commercio.

 

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