A arquitetura e o cinema são artes que, aparentemente, parecem ter poucas semelhanças. Para alguns cineastas, entretanto, volume, luz e movimento convivem harmoniosamente, como provam as obras de Fritz Lang e Nicholas Ray, por exemplo. Outro cineasta que vê o cinema e a arquitetura com muitas proximidades é Eugène Green, o diretor de La Sapienza, que estreia nesta quinta-feira (22/10) no Cinema da Fundação.
Com um título inspirado num livro apócrifo do Antigo Testamento e em François Rabelais – ambos com epígrafes no prólogo do filme –, La Sapienza segue os passos do arquiteto Alexandre Schmidt (Fabrizio Rongione, dos filmes dos irmãos Dardenne), que entra em crise em relação ao trabalho e ao casamento.
Depois um projeto recusado, Schmidt resolve fazer um tour pela Itália acompanhado por Aliénor (Christelle Prot Landman), com quem está casado há 19 anos. Eles viajam juntos, sendo que Schmidt tem como meta estudar as obras do arquiteto Francesco Borromini. Em Stresa, uma cidade às margens do Lago Maggiore, o casal conhece os irmãos Goffredo (Ludovico Succio) e Lavinia (Arianna Nastro), que terão forte impacto sobre a vida deles.
Austero na narrativa e anti-ilusionista – os atores olham para a câmera –, La Sapienza é um belíssimo experimento cinematográfico. Desde já, um dos melhores filmes do ano.
Leia a crítica completa na edição desta quarta-feira (21/10) no Caderno C, do Jornal do Commercio.