Saga Jogos Vorazes termina em clima de guerra total

Último filme dá série já está em cartaz nos cinemas brasileiros
Ernesto Barros
Publicado em 19/11/2015 às 5:48
Último filme dá série já está em cartaz nos cinemas brasileiros Foto: Paris Filmes/Divulgação


Espectadores que leram ou não os livros da trilogia Jogos Vorazes, de Suzanne Collins, não têm muito do que reclamar do desfecho da saga cinematográfica. Jogos Vorazes: A Esperança - O Final, em cartaz em mais de 1.000 salas de cinema do Brasil, certamente é o melhor dos quatro filmes. Na verdade, seria melhor considerar os dois últimos filmes como uma obra só.

Numa das primeiras sessões do longa no Recife, na tarde desta quarta-feira (18/11), os fãs da saga não se cansaram de gritar - digamos assim - nas cenas mais fofas. Isto é, as mais românticas. De uma maneira geral, o filme foi bem-recebido, com aplausos no final e muita conversa dos espectadores - adolescentes que queimaram as aulas, casais de ‘twenty-somethings’ e um ou outro membro da terceira idade.

Embora seja previsível para quem leu os livros, Jogos Vorazes: A Esperança - O Final é cheio de bons momentos. Depois de uma apresentação rápida, em que Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se recupera do ataque de Peeta Mellark (Josh Hutcherson), e a preparação do grupo que vai se dirigir à Capital, a ação entra logo no ritmo de um filme de guerra, principalmente quando eles passam pelo 2º Distrito e entram no covil do presidente Snow (Donald Sutherland).

Com a experiência de ter dirigido os dois filmes anteriores, Francis Lawrence cria cenas de ação sólidas. No percurso até chegar ao presidente, o grupo liderado por Katniss - com Gale Hawthorne (Liam Hemsworth) e o perturbado Peeta sempre ao lado - enfrenta inúmeras armadilhas, como uma lama negra que corre atrás deles e a ameaça dos "bestantes", criaturas canibais que moram nos esgotos da Capital.

Nos decorrer dos 547 minutos da saga, fica nítido que Katniss é uma heroína por acaso. Mais do que em todos os outros filmes, é nesta parte final que a personagem é realmente revelada: perdida diante das exigências dos amigos do 12º Distrito, das manipulações da presidente Alma Coin (Julianne Moore) e da iminência parda Plutarch Heavensbee (Philip Seymour Hoffman), Katniss é também uma vítima das circunstâncias.

Esse postura anti-heroica acaba por fazer do filme, se não um libelo pacifista, pelo menos uma fábula política distópica contra as ditaduras. Afinal, como acontece sempre em qualquer revolução, os inimigos do povo não vivem para sempre.

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