Novo processo coletivo contra Weinstein por estupro e agressão sexual

A ação busca englobar mais de cem mulheres com as acusações contra o produtor e os estúdios responsáveis por seus filmes
AFP
Publicado em 01/06/2018 às 19:25
A ação busca englobar mais de cem mulheres com as acusações contra o produtor e os estúdios responsáveis por seus filmes Foto: AFP/Reprodução


Mais três mulheres apresentaram nesta sexta-feira (1) uma nova demanda civil coletiva em um tribunal de Nova York contra o ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein, acusando-o de agressão sexual, apalpação, privação de liberdade e uma delas, de estupro.

A ação contra Weinstein, Miramax, Disney e integrantes do diretório da Weinstein Company busca englobar centenas de vítimas, detalharam os escritórios de advocacia Hagens Berman e The Armenta Law Firm, que representam as querelantes.

Weinstein agredia suas vítimas sob "muitas formas: exibicionismo, apalpação, carícias, abuso, violência, privação de liberdade, tentativa de estupro e/ou estupro completo", diz a demanda.

Uma das autoras da ação, a atriz Melissa Thompson, que assegura ter sido estuprada em 2011 em um quarto de hotel por Weinstein quando foi discutir um projeto de marketing com ele, foi encaminhada aos advogados Benjamin Brafman e Alex Spiro após a explosão do escândalo em outubro passado.

Thompson disse que os advogados fizeram que ela acreditasse que eles representavam as vítimas de Weinstein, e ela lhes entregou evidências visual e de áudio da suposta agressão. Mas depois foi informada que os dois trabalhavam para Weinstein.

Por isso, a ação inclui a Brafman & Associados na lista dos escritórios participantes da "empresa sexual Weinstein", embora não figurem entre os querelantes.

A segunda autora da ação, Caitlin Dulany, conheceu Weinstein na Miramax em 1996. O produtor se tornou seu mentor, mas ela assegura que depois ele a agrediu sexualmente, a ameaçou e trancou-a em seu apartamento. E fez o mesmo em sua suíte de hotel durante o festival de cinema de Cannes. A atriz italiana Asia Argento já acusou Weinstein de estuprá-la em Cannes em 1997.

Uma terceira demandante, a canadense Larissa Gomes, diz que se reuniu com Weinstein em 2000 para discutir oportunidades de trabalho em filmes da Miramax, e na segunda vez que se encontraram, Weinstein a trancou em seu quarto de hotel, tentou beijá-la e tocou seus seios.

"Weinstein pode ter sido algemado por sua agressão a duas mulheres, mas trabalhamos para que a justiça seja feita às centenas de mulheres que foram exploradas para sua gratificação sexual e silenciadas por sua rede de conspiradores", disse a advogada Elizabeth Fegan, sócia da Hagens Berman.

Essa é a terceira ação civil coletiva contra Weinstein da Hagens Berman desde o final de 2017.

"CONSENSUAIS"

Weinstein, de 66 anos, acusado de abuso, agressão sexual e estupro por mais de 100 mulheres, garante que todos as relações foram consensuais.

Na próxima terça-feira, está disposto a se declarar inocente de estupro de uma jovem em 2013 e de sexo oral forçado com outra mulher em 2004, quando comparecer perante um juiz em Nova York para ouvir sua ata de acusação no âmbito criminal.

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