O 11º Janela Internacional de Cinema do Recife anunciou nesta segunda-feira (29) os curtas-metragens selecionados para mostras competitivas nacional e internacional. A partir das inscrições, foram selecionadas 19 obras, sendo 10 curtas brasileiros e 9 estrangeiros. Os filmes irão competir nas categorias melhor som, montagem, imagem e melhor filme. A 11ª edição do festival será realizada de 7 a 11 de novembro, no Cinema São Luiz e no Cinema da Fundação.
Na mostra internacional, o público poderá assistir produções de Israel, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Congo, Bélgica, Alemanha, Palestina, Estados Unidos e Colômbia. Na mostra nacional, participam obras de Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Rio de Janeiro. Os curtas foram selecionados por Janaina Oliveira, Mariana Souto, Rita Vênus e Fábio Leal, com coordenação de Luís Fernando Moura.
“A seleção de curtas do Janela é guiada pelo desejo de iluminar filmes que nos parecem especiais e comunicar um ponto de vista sobre o cinema e sobre o presente. Nessa curadoria, buscamos reunir filmes já com carreira mais vistosa em festivais, que são excelentes e se apresentam como incontornáveis, e apostas, ruídos, obras dissidentes, às vezes mais radicalmente propositivas”, afirma Luís Fernando Moura, responsável pela coordenação da programação.
O festival é considerado uma das mais importantes mostras audiovisuais do país, com mostras competitivas de longas-metragens e curtas-metragens, programa de clássicos e seleções especiais, além da oficina Janela Crítica. Nesta edição, o festival terá duração menor que nos últimos anos, devido a uma readequação orçamentária. A programação completa será divulgada em breve.
Sobre a linha curatorial diante do contexto político do País, Luís Fernando Moura conta: “É óbvio que estamos profundamente sensibilizados com as questões políticas do presente e a seleção de curtas deste ano é também, em particular, uma alternativa inevitável de tocá-las, seja de maneira explícita, seja pela força do sintoma, seja na suspeita de que há maneiras de escapar ou desviar que talvez possam reativar nossa imaginação coletiva. É uma seleção forte, para guardar na mente, despertar sonhos”.
De acordo com Moura, a política estará presente no festival através de produções variadas. “Tanto na mostra brasileira quanto na estrangeira, às vezes isso será figurado de maneira direta, pela ação dos corpos na rua e nas imagens, em contextos de deliberação, luta ou conflito, como em Conte Isso Àqueles que Dizem que Fomos Derrotados, The Men Behind The Wall ou no quase inacreditável No Democracy Here. Outras, pela atenção à crônica do presente e à vida das pessoas, como em BR3, Palenque, Quantos Eram Pra Tá? ou Skip Day”, destaca o curador.
A seleção traz ainda obras que tratam do tempo, da memória e da nostalgia. “Há um trabalho muito expressivo com a fábula, com o futurismo, a viagem no tempo, a revisita criativa ao passado, a abertura de mundos paralelos, seja em Plano Controle, Retirada Para um Coração Bruto, Cartuchos de Super Nintendo em Anéis de Saturno, Kaniama Show, My Expanded View ou Onward Lossless Follows. E há, enfim, preciosos ensaios que lidam com a melancolia, com a nostalgia, que especulam a memória e maneiras de existir, seja pela ficção, pela performance ou pelo filme de arquivo, como em Bup, NoirBlue, Inconfissões, Mesmo Com Tanta Agonia ou Screen”, detalha.
Curtas Nacionais
Bup, de Dandara de Morais (PE)
Mesmo Com Tanta Agonia, de Alice Andrade Drummond (SP)
Conte isso àqueles que dizem que fomos derrotados, de Aiano Bemfica, Camila Bastos, Cris Araújo e Pedro Maia de Brito (PE/MG)
Cartuchos de Super Nintendo em Anéis de Saturno, de Leon Reis (CE)
Plano Controle, de Juliana Antunes (MG)
NoirBlue, de Ana Pi (MG/França)
Inconfissões, de Ana Galizia (RJ)
BR3, de Bruno Ribeiro (RJ)
Retirada Para Um Coração Bruto, de Marco Antonio Pereira (MG)
Quantos Eram Pra Tá?, de Vinícius Silva (SP)
Curtas internacionais
The Men Behind The Wall, de Ines Moldavsky (Israel)
I Signed the Petition, de Mahdi Fleifel (Reino Unido/Alemanha/Suíça)
Kaniama Show, de BALOJI (Congo/Bélgica)
No Democracy Here, de Liad Hussein Kantorowicz (Alemanha/Palestina/Israel)
My Expanded View, de Corey Hughes (EUA)
Palenque, de Sebastián Pinzón Silva (Colômbia)
Screen, de Matthias Müller e Christoph Girardet (Alemanha)
Skip Day, de Ivete Lucas e Patrick Bresnan (EUA)
Onward Lossless Follows, de Michael Robinson (EUA)