Dizer “querida, cheguei” parece uma simples saudação. Entretanto para quem foi criança no começo dos anos 1990, o bordão de Família Dinossauros é a lembrança imediata da infância. De olho na nostalgia alheia, o Viva começa a reexibir nesta quinta-feira 22, às 22 horas, a série infantil. O saudosismo é tanto que a primeira dublagem foi mantida, incluindo o locutor que anuncia a “versão brasileira: Herbert Richers” no início do episódio.
“Fizemos uma pesquisa do conteúdo que interessava (os assinantes) e era um pedido no nosso serviço de fale conosco. Tem a ver com o canal e não é só um programa infantil, é família. Além de ser um cult”, avalia Clarisse Goulart, coordenadora de conteúdo do Viva. A equipe da Globosat, programadora do canal, serviu de termômetro para a compra da atração, que pertence à Disney. “Todo mundo se lembrava de frases como ‘Não é a mamãe’. O eco foi imediato.”
Família Dinossauros vai fazer parte da faixa de humor do canal, das 20h às 23h. “Temos um público masculino nesse horário. Acreditamos que essa faixa vai manter os homens e trazer as mulheres”, aposta Clarisse. A cada semana, serão exibidos dois episódios na sequência, seguindo a ordem das quatro temporadas da série, rodada de 1991 a 1994, nos EUA.
No primeiro episódio, o chefe da família Silva Sauro, Dino, conta como Baby nasceu. Paralelamente, ele tem uma discussão com a mulher, Fran, sobre a vontade de comprar uma televisão de muitas polegadas, enquanto ela insiste em comprar uma panela com grades para que a presa que eles comem no jantar não fuja durante a preparação da refeição.
Personagem de destaque durante a primeira exibição, que a Globo fez no início da década de 1990, Baby Sauro virou febre entre as crianças. No Brasil, um dos produtos licenciados mais cobiçados entre o público infantil era o boneco movido a corda do pequeno dinossauro que repetia frases como “não é a mamãe”. Não por acaso, o programa foi produzido pela norte-americana Jim Henson Company, a mesma de Muppets.
Passado
Apesar de concentrar reprises de atrações antigas em sua programação, o Viva vai reeditar mais uma produção tradicional, assim como fez com Sai de Baixo, no ano passado. Em novembro, o canal exibirá a versão atual do Globo de Ouro, musical em que os cantores no topo das paradas na virada dos anos 1980 para os 1990 iam cantar seus hits.
Comandadas por Juliana Paes e Márcio Garcia, as dez novas edições vão misturar artistas populares na primeira versão, como Kátia, que cantou ad nauseam a canção Qualquer Jeito - do refrão “Não está sendo fácil”, além de cantores em alta atualmente. “É como se o programa estivesse no ar hoje. Como ele acabou em 1990 ritmos como funk, sertanejo e forró não foram contemplados”, explica Clarisse Goulart.
Outra atração musical que volta à grade do Viva é o Planeta Xuxa previsto para estrear em 7 de setembro. A rainha dos baixinhos é uma das líderes de pedidos de reprise dos assinantes desde que o Viva entrou no ar. O programa, que começou a ir ao ar na segunda metade dos anos 1990, marca a transição da loira do público infantil, que a acompanhava no Xou da Xuxa, para o adolescente. No Planeta Xuxa, ela recebia grupos e cantores para se apresentar em playback e também convidava celebridades para uma entrevista no quadro Intimidade.
No canal, há expectativa para o aumento da audiência durante o período eleitoral, em que o telespectador cansado da propaganda gratuita dos partidos procura as emissoras pagas, que não são obrigadas a interromper a programação. “Nas eleições, sempre temos bons resultados”, conta Clarisse.
A grande aposta deste ano, porém, é Meu Amigo Encosto, primeira série original do Viva, prevista para o final de setembro. Nela, Ivan (George Sauma) é o dono de uma loja de fantasias que anda em um péssimo momento da vida pessoal e profissional. Após ir a um especialista, ele descobre estar com um encosto, espírito que o atrapalha. Eles, entretanto, acabam se tornando companheiros de farra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.