Padre Fábio de Melo critica assédio da mídia em biografia

Ao participar do programa Encontro nesta quarta-feira (23), religioso revelou que quase desistiu de ser padre por causa de uma paixão e relatou os problemas de alcoolismo do seu pai
JC Online
Publicado em 23/11/2016 às 12:55
Ao participar do programa Encontro nesta quarta-feira (23), religioso revelou que quase desistiu de ser padre por causa de uma paixão e relatou os problemas de alcoolismo do seu pai Foto: Foto: TV Globo/Divulgação


O Padre Fábio de Melo foi um dos convidados do programa Encontro com Fátima Bernardes, da Rede Globo, nesta quarta-feira (23), para divulgar a sua biografia Humano Demais, escrita pelo jornalista Rodrigo Alvarez (que terá lançamento no Recife, no mês de dezembro). O religioso aproveitou a oportunidade para desabafar em relação ao assédio da mídia em cima da sua vida pessoal.

"Eu achei interessante, porque o Rodrigo ele não foi um jornalista curioso sobre as futilidades da minha vida, que existem também. Não sou um homem imune a futilidades. Naquele momento, em Jerusalém, o Rodrigo começou a se interessar pelo o meu conteúdo. Tenho consciência que sou um homem que desperta muita simpatia, mas tem uma classe que me olha de maneira muito preconceituosa. Em uma biografia imensa sobre a minha vida, os principais noticiários colocam que eu pulava o muro para namorar. Tantas coisas interessantes da minha vida", desabafou o padre.

Em seguida, o religioso completou: "Quando você tem uma manchete redutora é perigosa. Você acaba reforçando naquele que não me conhece a ideia eterna que eu seria um homem sem muita responsabilidade no que eu faço". Ainda falando sobre preconceito, Padre Fábio de Melo explicou que, muitas vezes, sofreu pelo fato dele também ser cantor: "Muitas vezes, a mídia me enclausurava como padre cantor, padre pop, e ofuscava o teólogo que eu sou e o pensador que eu quis ser. Estudei 16 anos para ser padre. Fui em alguns programas de TV em que eu não tinha oportunidade de dizer uma frase completa e a conversa girava em torno de banalidades como se eu fazia academia e o que eu comia. Queria descontruir isso".

PAIXÃO

À vontade, o religioso ainda contou no Encontro sobre o intenso relacionamento que viveu no passado. "Eu já era religioso. Não era padre ainda, mas já tinha votos. Tive uma vida dupla e namorei seis meses. Ela morava sozinha e a gente tinha muita intimidade. Eu estava realmente apaixonado por ela. Ao mesmo tempo, eu já nasci querendo ser padre. Foi ela que me indicou o caminho. Depois de uma semana sem vê-la, a encontrei e muito serenamente me disse que estava indo embora. Ela estudava Direito. Com os olhos cheio de lágrimas, ela me disse para eu ir ser padre. Nunca mais a vi. Foi muito doído, pois eu a amava".

ALCOOLISMO

Em determinado momento do programa, após a exibição de uma reportagem sobre as dificuldades em que as pessoas enfrentam na família, o Padre contou uma situação difícil que viveu ao lado de seu pai, que sofria de alcoolismo. "O meu pai perdeu toda a utilidade dele como homem dentro da minha família. Ele não podia mais trabalhar e nem tinha mais condições de nos manter. O álcool acabou com a vida dele. O momento em que ele mais pôde ser amado por nós foi quando perdeu a utilidade. Ele foi severamente abatido pelas consequências do álcool e nós o encontramos jogados em uma sarjeta na cidade. Eu o amo, porque é o meu pai", disse.

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