"O Nat Geo Lab é um laboratório de ciência caseira onde coisas engraçadas, extraordinárias e incríveis acontecem. Se você quer fazer alguma coisa do que vai ver aqui, peça a companhia de um adulto". O aviso exibido logo na abertura do novo programa do canal Nat Geo Kids denota a preocupação com a segurança do público-alvo da atração, crianças de quatro a sete anos. Mas também indica que a proposta da atração apresentada pela carioca Paula Stephania inclui incentivar diferentes gerações a fazer algo diferente do que ficar sentando em frente à tela da TV, computador e smartphone. Um convite para aprender brincando.
"O programa estimula a criança a sair da frente das telinhas e viver mundo off-line, fazendo arte com os adultos, aprendendo ciência. Acho que está faltando conteúdo assim, que estimula a criatividade, a curiosidade das crianças. O Nat Geo quer incentivar o surgimento de novos exploradores, novos cientistas", opina Paula.
Formada em Publicidade e Propaganda, ela tem um canal no YouTube com cerca de 3 milhões de seguidores, no qual faz vídeos com dicas no estilo "faça você mesmo", também sobre culinária e beleza. "Tive referências familiares. Minhas duas avós eram artistas. Uma delas fazia vestidos de noiva, a outra fazia as roupas dos próprios filhos. Isso sempre me inspirou. Quando criança, eu fazia bijuterias, chinelos. No final da faculdade eu já sentia que não queria seguir na publicidade, mas tinha me apaixonado pelo vídeo. O canal une as minhas duas paixões. Recebi o Prêmio Influenciadores Digitais bem no dia da estreia do programa (segunda-feira passada) na categoria Decoração, Organização e DIY. Foi um dia muito feliz", celebrou a apresentadora, mandando beijos para os fãs pernambucanos.
"Meu canal virou uma vitrine. Me preocupo muito com a qualidade do conteúdo, penso em fazer uma coisa que agregue para as crianças. Acredito que eles (do Nat Geo Kids) não tenham olhado só os números (das páginas dela nas redes sociais). Para mim, foi uma experiência muito boa ir para a TV. Passei 40 dias gravando na Colômbia, tive que aprender espanhol, pois a equipe toda falava. Foi um desafio para mim. Gravar com teleprompter também, coisa que não uso no meu canal. A equipe contribuiu bastante, muita gente boa", lembra Paula.
As gravações ocorreram na Colômbia, ao mesmo tempo que as da versão para os países da América Latina que falam espanhol, apresentada por Sebastián Villalobos, pois o Nat Geo faz parte do grupo Fox e a empresa tem estúdios em Bogotá.
O Nat Geo Lab é a primeira produção original latino-americana do Nat Geo Kids. Para esta temporada foram produzidos 26 episódios de meia hora cada. Além de serem exibidos na televisão, às 19h30, eles podem ser acessados pelo aplicativo ou pelo YouTube.
A produção destaca que contou com a ajuda de especialistas para determinar os 90 experimentos ensinados no programa. "Era preciso que eles fossem seguros para as crianças e feitos com itens que poderiam ser encontrados com facilidade”, diz Paula, que mostra como criar um robô caseiro e as propriedades de uma "elastigoma", além de explicar como fazer uma projeção com efeito 3D em casa, por exemplo.
Outro ponto destacado no lançamento do projeto é o fato de se colocar uma mulher para apresentar um programa de ciências. "Uma coisa que me chamou a atenção foi a escolha de colocar uma menina cientista, de quebrar essa imagem de que ciência é só para homem. Ainda tem o fato de ser uma apresentadora cacheada. Sobre essa questão do cabelo, vejo que muitas meninas estão se libertando hoje em dia. Na minha época, eu não via muita inspiração na TV. As apresentadoras tinham cabelo liso, eu achava que não me enquadrava", comenta Paula sobre a importância da representatividade.