Opinião: Com Gugu, de fato, nós rimos e choramos juntos

Apresentador que faleceu nesta sexta-feira (22), aos 60 anos, deixa uma lacuna irreparável na televisão brasileira
Robson Gomes*
Publicado em 22/11/2019 às 23:30
Apresentador que faleceu nesta sexta-feira (22), aos 60 anos, deixa uma lacuna irreparável na televisão brasileira Foto: Foto: Moacyr dos Santos/SBT


*Robson Gomes é jornalista do Jornal do Commercio e setorista de TV e entretenimento

Gugu Liberato sempre vai ser sinônimo de anos 1990. Ligar a TV nos domingos à tarde no SBT/TV Jornal, para assistir ao Domingo Legal, era quase que uma tradição. A mim, Gugu remete à infância. Quantas vezes cantei Pintinho Amarelinho em frente à telinha, ou vibrei de ver ídolos como Chiquititas, É o Tchan, Sandy & Junior e tantas coisas e artistas que marcaram aquele período.

Ainda criança/pré-adolescente, também já entendia a famosa "guerra do domingo". Era bastante divertido ver o "Guguzinho" entrando no meio da tela para anunciar que estava em primeiro lugar. Ou, até mesmo, quando ele colocava em seu videowall, no ano de 2001, o "1" em evidência, para lembrar que liderança de audiência era com ele mesmo. Quantos domingos à tarde ele também nos parou para dar notícias tristes, como a morte dos Mamonas Assassinas, por exemplo. Com Gugu, de fato, nós rimos e choramos juntos.

A imagem que fica de Gugu para mim também é de um verdadeiro lorde. O apresentador loiro era muito educado, eloquente com as palavras, falava pausadamente, sabia dar o tom exato para cada momento de seu programa. Sabia falar sério, mas também fazer ironias. A icônica Prova da Banheira, por exemplo, não teria a mesma graça se não fossem as narrações do apresentador.

Gugu Liberato foi imitado. Na voz, no jeito, em seus quadros, em sua forma de fazer TV. Ele era, de fato, único. Também teve seus equívocos, momentos de errar o tom, momentos que, com certeza, marcaram negativamente a TV brasileira. Imagina hoje, em tempos de redes sociais... Com certeza, ele poderia até "ser cancelado". Mas, felizmente, seu carisma e talento se sobressaíram, aprendendo a lição e seguiu em frente.

Em junho de 2009, um susto! Gugu deixa o SBT, a casa que lhe acolhera por décadas. Todos os telespectadores sabiam: ele era o sucessor do mestre Silvio Santos. Mas, e agora? O que seria dele? Com a cara e a coragem, ele estreou dois meses depois na Record TV onde ficaria, entre idas e vindas, por 10 anos, até, infelizmente, seus últimos dias.

Desse novo Gugu, confesso, pouco acompanhei. Sinto que parte de sua luz ficou no SBT. Os sorrisos não eram mais tão espontâneos. Acredito que ele deve ter gostado de algumas coisas que fez, a exemplo do Canta Comigo, seu último reality que ainda está no ar, mas era fato: o Gugu icônico que eu conheci e aprendi a admirar não era mais o mesmo.

Entretanto, ao ter que traçar estas linhas sobre a sua partida, é a imagem radiante e alegre de Gugu Liberato que fica em mim. O Gugu que fez história, que marcou época, uma geração. E é esse tipo de comunicador que vai fazer falta na televisão daqui para frente. Na verdade, me utilizando da pieguice dos trocadilhos, adoraria saber que estávamos todos participando de um "grande telegrama legal", mas infelizmente, não dá para dizer "viva a noite" nesta triste sexta-feira (22), pois neste momento, estamos todos "sentindo na pele" a dor de sua repentina despedida. Descanse em paz, Gugu.

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