Paulo Bruscky em poemas

O artista lança a obra na Livraria Cultura, com conversa com o designer Flávio Vignoli
Diogo Guedes
Publicado em 22/06/2012 às 9:12
O artista lança a obra na Livraria Cultura, com conversa com o designer Flávio Vignoli Foto: Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem


Paulo Bruscky é um homem de obras, peças, ainda que irônicas e destrutivas com seu próprio meio. Os formatos – nunca escolhidos ao acaso e que nunca saem ilesos desse processo – são parte essencial de sua trajetória nas artes plásticas, mas o que espanta sobre o seu novo projeto é sua aparente simplicidade. É “"apenas”" um livro, um livro de poemas, e não de artista, que ele traz em Arquivo impresso: poesia inédita (Tipografia do Zé, R$ 60), com parte da sua produção desde a década de 1960. A primeira obra de poesia do artista ganha lançamento sexta (22/6), às 19h, na Livraria Cultura.

A inovação de Bruscky desta vez não faz parte da sua estética do choque, mas sim de uma poética urbana e humana, presente nos dez poemas da publicação. Simulando o formato de um arquivo, o livro tem páginas como uma sanfona, com poemas escritos em papeis pendurados nela, cada um com um papel diferente e uma fonte específica, com impressão tipográfica de tiragem limitada a 160 exemplares.

Parece muito com um livro de artista, mas o projeto gráfico ficou todo a cargo dos designers Flávio Vignoli, que vem de Belo Horizonte para o lançamento no Recife para falar das artes gráficas mineiras, e Rafael Nader. Bruscky ajudou na concepção, mas se trata mesmo de um livro de poesia. "Não é um livro de artista"”, define, "“é apenas graficamente trabalhado"”.

A literatura é uma velha conhecida dele, que, por meio das artes plásticas, tem travado fortes diálogos visuais e verbais. "“Gosto muito do campo literário e musical, porque eles me entendem até mais do que as artes plásticas”", conta Bruscky. Se os poemas do livro são todos inéditos, parte de uma vasta produção que continua guardada, dois já haviam sido publicados antes no Jornal do Commercio, quando ele era apenas um jovem artista e Alberto da Cunha Melo era o responsável pela página literária do Caderno C.

Se Bruscky usou por muito tempo a força visual das palavras, ela tampouco está ausente aqui, pois há traços dos seus poemas processo. Só que agora ele se permite usar também das sutilezas – as aliterações, os jogos de palavras – do texto, para falar do urbano, do homem e das relações indefinidas entre ambos (solidões, silêncios, músicas). É uma pequena amostra, mas ainda assim um genuíno livro de poemas de um artista poético, não importa em qual forma.

O livro pode ser folheado digitalmente neste link.

Leia a matéria completa no Jornal do Commercio desta sexta (22/6)

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