A literatura, segundo Lygia Fagundes Telles, pode desviar as pessoas do vício, “estancar a loucura por meio de um sonho”. A ficção da escritora paulista, uma das maiores contistas de toda a literatura brasileira, se usa do trabalho de invenção da memória (sempre com seus tons sombrios) para confundir a loucura, quando a razão e o cotidiano não parecem ser suficientes para nos salvar dela. Nesta sexta (19/4), a autora de livros como As meninas e Ciranda de pedra, entre tantos outros, tem seus 90 anos de idade celebrados com o status de unanimidade.
Uma das homenagens acontece já na quinta (18/4), a partir das 20h, no Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, com o evento Uma Noite com Lygia. Na ocasião, a atriz global Júlia Lemmertz vai fazer uma leitura de dois contos da autora, Pomba enamorada ou uma história de amor e Natal na barca. A Biblioteca Nacional está com uma exposição, também no Rio, sobre a obra da autora, até junho.
Lygia tem uma vasta trajetória literária – em 2005, ganhou o prêmio máximo para o conjunto de uma obra feita em língua portuguesa, o Prêmio Camões –, iniciada na adolescência, ainda que renegue os primeiros livros. A paixão pelas narrativas, ela conta, vinha desde antes de aprender a escrever e ler, quando gostava de replicar – e modificar – histórias que ouvia.
Leia mais no Jornal do Commercio desta quinta (18/4)