“Grande sertão: veredas é um romance extraordinário, escrito em ‘linhas tortas’”. O veredicto do filósofo paraense Benedito Nunes (1929-2011), à época do lançamento do clássico de João Guimarães Rosa, era apenas um indício de uma obsessão mais duradoura. Durante toda sua vida de crítico e pensador ele iria se voltar para a obra do autor mineiro com um olhar sempre fascinado por aquele “realismo poético”.
Os textos críticos de Benedito sobre o escritor foram reunidos em um único volume, A Rosa o que é de Rosa: literatura e filosofia em Guimarães Rosa (Difel, 332 páginas, R$ 39), organizado pelo acadêmico Victor Sales Pinheiro. O livro mostra a relação constante de Benedito com a obra de Rosa, revelando um filósofo que não menospreza a literatura e nem o pensamento para fazer crítica literária. Há uma representação da grandiosidade da prosa do autor mineiro nessas diversas voltas para uma nova leitura e nova análise – sempre há o que se olhar de novo nela –, desde os ensaios de Benedito em O dorso do tigre (1969) até os passeios memorialistas da parte final de sua obra.
Leia mais na coluna Escrita do Jornal do Commercio desta terça (23/4).