Flip começa com homenagem a Millôr

O evento, um dos principais de literatura no País, traz debates com atrações internacionais
Do JC Online
Publicado em 30/07/2014 às 6:35


O humorista, para o escritor, desenhista, poeta e tradutor (para ficar por aqui) Millôr Fernandes, é um tipo de pessoa que “não é chamado para congressos, não é eleito para academias, não está listado entre os cidadãos úteis da República, um sujeito que não planta, não colhe, não estabelece regras de conceito ou comportamento”. Ironicamente, o autor da frase, ele mesmo um desses cidadãos nada úteis, é o nome celebrado no principal evento brasileiro para se discutir livros e ideias, a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que começa quarta 30/7) em Parati, no Rio de Janeiro.

A abertura acontece quarta (30/7), a partir das 19h, com uma conferência do crítico de arte e curador Agnaldo Farias, que localiza Millôr dentro da arte brasileira. Logo depois, três amigos e admiradores do autor se reúnem para lembrar sua vida e obra: os cartunistas e humoristas Hubert, Jaguar e Reinaldo. A noite é completada com um show de abertura gratuito da cantora Gal Costa, parte da sua turnê Recanto.

Como grande homenageado da festa, Millôr será debatido em outras mesas e ainda terá o seu Daily Millôr transformado em jornal diário organizado pela Flip. Com a tônica da multiplicidade criativa do autor carioca, até o domingo, Parati se torna uma espécie de capital literária do Brasil. Na quinta (31/7), a escritora e jornalista Eliane Brum conversa com Charles Peixoto e Gregorio Duvivier, do canal de vídeos Porta dos Fundos, sobre a relação entre prosa e poesia. Entre os destaques do dia, o encontro entre o francês Mathieu Lindon e o mineiro Silviano Santiago. Ambos escritores, eles transformaram em ficção a amizade real com dois amigos (o filósofo Michel Foucault e o crítico musical Ezequiel Neves, respectivamente).

No restante da programação, ainda há nomes reconhecidos internacionalmente, como o jornalista americano Andrew Solomon, autor de obras fortes de não-ficção como O demônio do meio-dia, sobre a depressão, e Longe da árvore, sobre a relação de rejeição dos pais em relação a filhos que fogem do padrão de “normalidade”. Um dos que deve dar um depoimento importante para o contexto atual é o escritor israelense Etgar Keret. A atriz Fernanda Torres, autora do romance Fim, deve lotar a tenda principal. Outros destaques são nomes internacionais, como o mexicano Juan Villoro, o chileno Jorge Edwards e o russo Vladimir Sorókin.

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