Perene e tão presente no dia a dia do Recife (embora muitas vezes despercebido em meio a essa correria caótica da cidade), o Rio Capibaribe – inspiração adorada do poeta João Cabral de Melo Neto – continua sendo prumo e norte de muitos artistas, desta vez impulsionados pelo desejo de refletir esse cartão postal que, mesmo destroçado pela poluição, todo dia nos surpreende com uma beleza inquestionável. Esta revisão do Capibaribe em versos e prosa está compilada no livro Capibaribe vivo, a ser lançado hoje, às 19h, no InCiti, na Rua do Bom Jesus, Bairro do Recife.
A obra reúne trabalhos de 35 autores, entre eles nomes como Cida Pedrosa, Cristhiano Aguiar, Fábio Andrade, Fernando Monteiro, Jomard Muniz de Britto, Marco Polo Guimarães, Jussara Salazar, Marcelino Freire, Micheliny Verunsck, Wellington de Melo e Wilson Freire. A ideia da publicação faz parte das ações do Coletiva Parque Capibaribe, criado pela Prefeitura do Recife em parceira com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O grupo debate possibilidades e iniciativas para estimular novos olhares sobre o Rio Capibaribe, por parte da sociedade e do poder público. São ideias que estimulam o sentimento de pertencimento, que faz do rio não só um cartão postal, mas um elemento indispensável na vida e no cotidiano do Recife.
“Pensamos o rio a partir da ideia de que, em 2037, o Recife pode ser um cidade-parque e o rio seria entendido como um grande parque ribeirinho. Não ver o rio como um problema, mas como parte afirmativa da cidade”, explica a escritora Jussara Salazar, organizadora da edição. “Primeiramente, convidei praticamente todo mundo para escrever. Quem está no livro realmente se disponibilizou, de acordo com seu tempo e vontade. O livro foi bem democrático”, diz Jussara.
Além de Capibaribe vivo, a ideia do Coletivo Parque Capibaribe é criar em breve um site no qual estarão disponibilizados os textos e os internautas poderão fazer suas colaborações. Atividades como performances, exposições e debates deverão acontecer também.