O Prêmio Cepe de Literatura de 2016 anunciou nesta quarta (16) o resultado da sua segunda edição. Com 711 inscrições – algumas feitas por autores que moram em outros países -, o concurso selecionou quatro obras inéditas como vencedoras: uma de poesia, uma de contos, um romance e um livro infantojuvenil.
O pernambucano Walther Moreira Santos, com uma trajetória já consistente como autor e ilustrador e um dos vencedores do Prêmio Pernambuco de Literatura, venceu na categoria poesia com Arquiteturas de Vento Frio. O romance premiado foi Outro Lugar, do paulista Luís Sérgio Krausz. Entre as obras de conto, foi escolhida Dancing Jeans – Baixo Augusta e Outros Contos, do paulista Milton Morales Filho. Por fim, o título infantojuvenil selecionado foi Os Filhos do Deserto Combatem na Solidão, do gaúcho Lourenço Cazarré.
Cada um vai levar R$ 20 mil pela premiação, além de ter a obra publicada pela Cepe Editora. O júri deste ano foi formado, na fase prévia, Ricardo Postal, Wellington de Melo, Everardo Norões e Homero Fonseca. O resultado final foi decidido por Carola Saavedra, Márcia Denser e Antônio Carlos Viana.
Arquiteturas de vento frio, de Walter Moreira dos Santos: “Apresentou uma produção mais homogênea e consistente, de alta qualidade lírica, tendo o seu autor um seguro domínio dos ritmos poéticos, bem como da técnica de escandir os versos. É uma poesia de nostalgia e choque entre passado e futuro num presente de tensão e promessas”.
Outro lugar, de Luís Sérgio Krausz: “Tem uma qualidade excepcional, destinada até a ocupar um lugar de destaque na produção literária brasileira atual. Pode ser descrito como um vertiginoso épico cosmopolita que atravessa várias épocas – final do século 19, anos 20, 30, 40, 50, 60 e 70 do século 20 – e vários lugares do mundo – São Paulo, Nova York, Paris, Beirute e Israel”.
Dancing jeans – Baixo Augusta e outros contos, de Milton Morales Filho: “A obra foi escolhida por destacar-se, principalmente, nos quesitos originalidade, realização e força narrativa. Além de apresentar linhas centrais que permeiam quase todas as histórias (…) apresenta uma unidade que sustenta a obra como um todo”.
Os filhos do deserto combatem na solidão., de Lourenço Cazarré: “A obra se destaca não somente pelo domínio da técnica, mas também pelo tema escolhido: a história dos negros africanos trazidos como escravos para o Brasil e sua luta pela liberdade. (…) Representa um importante aporte para a compreensão da nossa história e identidade”.