Morre, aos 86 anos, o poeta Ferreira Gullar

Ferreira Gullar foi internado nesse sábado (3). A causa da morte ainda não foi confirmada
JC Online
Publicado em 04/12/2016 às 11:09
Ferreira Gullar foi internado nesse sábado (3). A causa da morte ainda não foi confirmada Foto: Foto: Divulgação


O poeta maranhense Ferreira Gullar morreu neste domingo (4), aos 86 anos. Segundo o informações do site O Globo, Gullar foi internado nesse sábado (3). A causa da morte ainda não foi confirmada.

Ferreira Gullar ocupava a cadeira número 37 da Academia Brasileira de Letras, para qual foi eleito em outubro de 1984. Este ano, ele recebeu uma retrospectiva de sua vida e obra.

Após o anúncio da morte de Ferreira Gullar, o clima é de comoção no nas redes sociais. No Twitter, este é um dos assuntos mais comentados. Os internautas lamentam a partida de Gullar.4 de dezembro de 2016

Sobre Ferreira Gullar

José Ribamar Ferreira, mais conhecido como Ferreira Gullar, foi um poeta, Ferreira Gullar era ensaísta, crítico de arte, dramaturgo, biógrafo, tradutor e memorialista. Assumiu ao longo da vida uma extensa lista de papéis que, sozinhos, não dão a dimensão do seu lugar na cena cultural do país. Ele foi um dos fundadores do neoconcretismo, onde participou de todos os acontecimentos mais importantes da poesia brasileira. 

Gullar era o quarto dos 11 filhos do casal Newton Ferreira e Alzira Ribeiro Goulart. Nasceu no dia 10 de setembro de 1930 em São Luís, no Maranhão. Mudou-se para o Rio de Janeiro no início da década de 1950, onde participou, em 1956, da exposição concretista que é considerada o marco oficial do início da poesia concreta. Três anos depois, criou o Lígia Clark e Hélio Oiticica, o neoconcretismo, que valoriza a expressão e a subjetividade em oposição ao concretismo ortodoxo.

Militante do Partido Comunista, durante a ditadura militar foi exilado na década de 1970, e viveu na União Soviética, na Argentina e Chile. Só voltou ao país em 1977 e foi preso por agentes do Departamento de Polícia Política e Social no dia seguinte da sua chegada, no Rio. Após 72 horas de interrogatório, foi libertado graças à intervenção de amigos junto a autoridade do regime. Depois disso, retornou aos poucos à atividade de crítico, escritor e jornalista.

Em 2014 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, onde coleciona uma vasta lista de prêmios. Em 2002, foi indicado por nove professores dos Estados Unidos, do Brasil e de Portugal para o prêmio Nobel de Literatura. Em 2007, Gullar ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção do ano, com a obra "Resmungos". Em 2010, o poeta ganhou o Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. No mesmo ano, foi contemplado com o título de Doutor Honoris Causa na Faculdade de Letras da UFRJ. Em 2011, Gullar ganhou mais uma vez o Prêmio Jabuti com o livro de poesia "Em alguma parte alguma".


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