Convidado desta sábado (30) para o recital no Sebo Casa Azul, em Olinda, o escritor e crítico Carlos Gomes vai levar para o espaço mais do que apenas uma leitura dos seus textos. Desde que começou a trabalhar no seu segundo livro de poemas, o Canções Não, o autor passou também a transformar alguns versos em música. Quem comparecer ao evento hoje, às 20h33, com entrada gratuita, vai pode conferir uma prévia desses trabalhos.
Carlos é o criador da revista Outros Críticos e, além de um livro de contos e o ensaio Canções Iluminadas de Sol (2018), já publicou a obra vencedora do Prêmio Pernambuco de Literatura de 2016, o volume Êxodo,, de poemas. “Em 2016, eu já vinha escrevendo o meu segundo livro. Resolvi publicar um pedaço dele, mostrar parte da construção do livro. Nessa época, comecei a me relacionar com uma série de artistas que criavam obras sobre a cidade e o corpo, como Bruna Rafaella Ferrer, Amanda Coutinho, Fabiana Moraes, Eduardo Amorim, Rômulo Fróes, Jomard Muniz de Britto”, conta Carlos.
Com o progresso do segundo livro, que deve ser publicado no ano que vem, o escritor começou a “arranhar” melodias para os poemas que vinha criando. “Alguns se pareciam com canções, outros com poemas musicados, os restantes estavam entra a fala e a declamação. Passei a pensar que dava para gravar tudo isso, criar um disco”, narra.
Assim, Carlos se juntou ao músico Paes e começou, desde o ano passado, a transformar o que era verso em música. “Paes é multifuncional, e eu precisava de um parceiro assim, que tocasse vários instrumentos e soubesse gravar. Eu fico com a voz e o violão”, aponta o autor. Enquanto Carlos faz a voz de um poeta, cantando e narrando a cidade, Paes faz o papel da própria urbe e seus fantasmas.
O disco deve ser lançado no ano que vez, junto com o livro Canções Não, com versos de outros autores, como Cida Pedrosa. “O processo de gravação é lento, não tenho muita experiência. Esse recital também é necessário porque eu queria mostrar um pouco desse processo”, afirma o autor. Na Casa Azul, ele vai se apresentar com vozes, violão, baixo, guitarra, synth e percussão. “Como é um sarau, vamos tocar uma parte do disco, ler poemas e um trecho de Canções Iluminadas de Sol”, conclui o escritor.